TV: Festival ao Largo 2020 - Companhia Nacional de Bailado (RTP2 - 22h05)
Para a edição de 2020, a Companhia Nacional de Bailado (CNB) preparou um programa que marca também o regresso da Companhia ao palco que, após um inédito período de confinamento, viu aumentar o desejo de partilhar com o público e a mesma vontade de dançar. Nesta edição, que se torna por isso ainda mais especial, preparou um programa que, atento às particularidades impostas pelo momento, continua a revelar a versatilidade e a excelência do elenco da CNB.
Serão estreadas duas novas criações contemporâneas especialmente concebidas para esta ocasião por Miguel Ramalho e a dupla Xavier Carmo/Henriett Ventura, bailarinos da Companhia que têm vindo a desenvolver um percurso paralelo no âmbito da coreografia. Em tom festivo, tão merecido, encerra-se a noite envoltos numa atmosfera de boa disposição e sedução com Dom Quixote (excertos do I acto), um dos bailados mais carismáticos do repertório clássico.
Miguel Ramalho - Symphony of Sorrows (estreia absoluta)
Xavier Carmo e Henriette Ventura - Algo-Ritmo (estreia absoluta)
Eric Volodine, segundo Alexander Gorski - Dom Quixote (excertos do I Acto)
"Symphony of Sorrows" - Um leve toque sobre as nossas sensações à margem da realidade humana. Os nossos corpos formam um organismo que vislumbra a imagem do que temos no subconsciente. Um universo dentro de cada corpo tornado música. Como se conseguíssemos ver cada nuance musical enquanto vivemos pequenos momentos que nos são fortemente familiares.
Coreografia: Miguel Ramalho
Música: Henryk Gorecki Sinfonia Nº3, Op.36 Das lamentações
Interpretação: Bailarinos da CNB
"Algo-Ritmo" - No espaço-tempo em que o indivíduo se expressa e existe ele é único, mas faz parte da humanidade. Em "Algo-Ritmo" procuramos uma imersão num espaço que não é espaço, num tempo que não é tempo, senão aqueles que lhes quisermos atribuir e em que o intérprete nele se imprime como ser único e singular, dentro do colectivo que o rodeia. A fórmula de Fibonacci serve de inspiração para este trabalho. A sua sequência, tida por muitos matemáticos como a "impressão divina", ou a prova de uma inteligência superior de um grande arquitecto sobre o mundo natural, será o motor para uma outra busca, a de uma impressão Humana. O propósito deste trabalho centra-se na busca de uma impressão própria e singular, única ao indivíduo (intérprete) e sua repercussão física sobre a cena, vista como algo irreproduzível no espaço-tempo e na pluralidade em que se insere. Ninguém foi ou será alguma vez como ele, terá vivido como ele, terá as memórias que ele teve, imaginou o que ele imaginou ou terá sentido como ele sentiu. Acima de tudo e do "todo", vivemos num mundo globalizado onde 7 biliões de seres humanos coabitam numa esfera cada vez mais pequena e onde a necessidade do indivíduo se ver como único nunca foi tão presente.
Coreografia: Xavier Carmo e Henriett Ventura
Música Original: Composição/Interpretação César Viena e Sara Ross
Interpretação: Bailarinos da CNB
"Dom Quixote", excertos do I Acto - O bailado Dom Quixote é um dos grandes legados do coreógrafo Marius Petipa, que estreou em 1869, na Rússia. Em 1900, Alexander Gorski, inspirado em Petipa, apresenta uma nova versão que viria a tornar-se numa referência coreográfica desta obra. Baseado em episódios de "Dom Quixote de La Mancha", de Miguel de Cervantes, é um bailado que alterna entre uma natureza realista e popular, com o mundo de fantasia e sonho. Para a edição de 2020 do Festival ao Largo, serão apresentados excertos do I acto ao longo dos quais o espírito sedutor de Espanha se revela, entre pandeiretas e leques, através das danças contagiantes de bailarinas de rua, de toureiros e do par amoroso desta história, Basílio e Kitri.
Coreografia: Eric Volodine, segundo Alexander Gorski
Música: Ludwig Minkus
Argumento Inspirado em Marius Petipa e Miguel de Cervantes
Cenografia e figurinos: Alexander Vassiliev
Desenho de luz: Richard Caswell
Interpretação: Bailarinos da CNB