TREZES - O Tesouro (RTP1 - 22h55)
Autoria: Eça de Queiroz
Realização: Carlos Coelho da Silva
Produção: Marginal Filmes
Elenco: Rui Luís Brás, Ivo Alexandre, José Condessa, Carolina Amaral, Salvador Nery, Carla Salgueiro, Francisco Sousa, Teresa Saldanha
Sinopse: Adaptação cinematográfica do conto homónimo de Eça de Queiroz.
Já nada resta da antiga opulência de Afonso (Rui Luís Brás), Egas (José Condessa) e Gualdim (Ivo Alexandre), três irmãos nobres cuja fortuna foi perdida poucos anos antes, graças aos fulgores veniais de Gualdim e ao vício do jogo de Egas. A viverem em Paço de Medranhos, propriedade apalaçada e de belo traço que mal deixa perceber hoje o luxo dos tempos idos, mal vão sobrevivendo. A jovem criada destes irmãos, de seu nome Rosa (Carolina Amaral), está prestes a perder a paciência pela remuneração que há muito não lhe chega à mão e decide segui-los quando se embrenham no bosque, acabando por observá-los quando tomam posse de um cofre com uma fortuna em dobrões de ouro. Mas esta fortuna irá trazer a desgraça à família.
O conto O Tesouro integra a obra Contos, publicada postumamente em 1902.
"Trezes" é um projecto inédito, com a chancela RTP e Marginal Filmes, que reúne autores, contos e realizadores nacionais num formato diferenciador, o Telefilme. Todas as semanas teremos o olhar de um realizador sobre um conto da nossa literatura interpretado pelos melhores actores nacionais, num total de 13 telefilmes. Uma visão cinematográfica de grandes realizadores contemporâneos de alguns dos contos da nossa literatura, numa valorização do nosso património literário e cultural.
Eça de Queiroz nasceu a 25 de Novembro de 1845, na Póvoa de Varzim, e é considerado um dos maiores romancistas de toda a Literatura Portuguesa, o primeiro e principal escritor realista português, renovador profundo e perspicaz da nossa prosa literária. Entrou para o Curso de Direito em 1861, em Coimbra, onde conviveu com muitos dos futuros representantes da Geração de 70. Terminado o curso, fundou o jornal O Distrito de Évora, em 1866, órgão no qual iniciou a sua experiência jornalística. Em 1871, proferiu a conferência «O Realismo como nova expressão da Arte», integrada nas Conferências do Casino Lisbonense e produto da evolução estética que o encaminha no sentido do Realismo-Naturalismo de Flaubert e Zola. No mesmo ano iniciou, com Ramalho Ortigão, a publicação de As Farpas, crónicas satíricas de inquérito à vida portuguesa. Em 1872 iniciou a sua carreira diplomática, ao longo da qual ocupou o cargo de cônsul em Havana, Newcastle, Bristol e Paris. Foi, pois, com o distanciamento crítico que a experiência de vida no estrangeiro lhe permitiu, que concebeu a maior parte da sua obra romanesca, consagrada à crítica da vida social portuguesa, e de onde se destacam O Primo Basílio, O Crime do Padre Amaro, A Relíquia, A Cidade e as Serras e Os Maias, este último considerado a sua obra-prima. Morreu a 16 de Agosto de 1900, em Paris. Em 1902, alguns dos seus contos foram reunidos num só volume, publicado postumamente.
Carlos Coelho da Silva nasceu em 1964. Estudou Media Arts, Film and Video Production and Directing na New Jersey City University, nos EUA. Realizador de ficção, entretenimento, 3D e publicidade. Realizou os filmes O Crime do Padre Amaro, Uma Aventura na Casa Assombrada e Amália, entre outros. Foi assessor da direcção de programas da SIC, nas áreas de ficção/entretenimento, e supervisor de produções externas, de 2002 a 2005; foi director de conteúdos da Valentim de Carvalho Filmes, de 2007 a 2010. Leccionou sobre Televisão e Cinema na Escola Superior de Comunicação Social.
Filmografia:
O Tesouro (telefilme, RTP1; 2021)
Uma Aventura na Casa Assombrada (2009)
Amália - O Filme (2008)
O Crime do Padre Amaro (2005)
Uma Aventura (série, SIC; 2000-2004)
O Jogo (novela, SIC; 2003)
Não Há Pai (série, SIC; 2002/3)
Nós, os Ricos (série, RTP1; 1999)
Telhados de Vidro (novela, TVI; 1993)