ÓPERA: Adilson (Centro Cultural de Belém, Lisboa - 12 a 14 Setembro)

Conceito, Encenação, Libreto e Dramaturgia: Dino D'Santiago
A partir do texto original "Serviço Estrangeiro", de Rui Catalão
Direcção Musical: Martim Sousa Tavares
Composição Musical/Produção Musical: Dino D'Santiago, Djodje Almeida
Arranjos para Orquestra: João Martins
Música: Iuri Oliveira, Djodje Almeida, Mais Hreish, Raúl da Costa
Orquestra Sinfónica Juvenil (CCB, Lisboa)
Orquestra Sinfonietta de Braga (Theatro Circo, Braga)
Orquestra do Algarve (Teatro das Figuras, Faro)
Orquestra das Beiras (Teatro Aveirense, Aveiro)
Intérpretes: Michelle Mara, Cati, NBC, Soraia Morais, Koffy, Rebeca Reinaldo, Rúben Gomes
Convidado Especial: Adilson Correia Duarte a.k.a. Bonny
Sinopse: Numa encomenda e produção original da BoCA – Bienal de Artes Contemporâneas, Dino D'Santiago foi desafiado a estrear uma ópera que cruza História, cultura e a identidade multicultural portuguesa. "Adilson" é uma ópera em cinco actos dirigida por Dino D'Santiago, a partir do texto original "Serviço Estrangeiro", de Rui Catalão, e direcção musical de Martim Sousa Tavares.
Acompanhamos a jornada de um homem afro-descendente, nascido em Angola, filho de pais cabo-verdianos, que vive há mais de 40 anos em Portugal — sem nunca ter obtido cidadania portuguesa. Chamado D'Afonsa pelos amigos, Nuno pela família e Adilson no passaporte, a sua vida desenrola-se entre salas de espera, processos adiados e um labirinto burocrático que o impede de ser plenamente reconhecido pelo país onde sempre viveu. Mais do que um indivíduo, Adilson representa milhares de pessoas deixadas nas margens do sistema. A ópera transforma a espera em poesia e faz da invisibilidade um acto de resistência. No culminar da obra, ouve-se o grito que ecoa para além do palco: «Eu não sou português. Eu sou Portugal. Um país à espera.»
Abordando temas como a injustiça social, a discriminação, a fragilidade humana e a esperança, esta primeira incursão de Dino D'Santiago no território da ópera assinala igualmente os cinquenta anos do fim da presença militar portuguesa em terras coloniais nos territórios africanos.

Dino D'Santiago
