Nos Açores, em particular no Faial e no Pico, existe um baile de roda enérgico e contagiante que, espontaneamente, anima a vida daquelas ilhas - a Chamarrita. Adultos, adolescentes e crianças respondem com prontidão ao rasgar da viola da terra e ao soar dos bandolins, violinos, cantadores e mandadores e deixam-se levar na euforia deste baile frenético. O que torna a Chamarrita num pulsar tão telúrico e vibrante? Será a pancada de mão do tocador da viola? Serão os mandos que ditam a dança? Será, como refere Manuel Serpa, o simbolismo da "vitória sobre as dificuldades da vida" num território profundamente marcado pelo isolamento e a emigração? Será uma energia sísmica? Neste episódio da série documental «O Povo Que Ainda Canta», conta-se a estória da Chamarrita e vê-se a sua resistência à musealização e ao encerramento dentro das paredes cenográficas do folclore, como caracteriza Manuel Costa Júnior. Vamos deixar-nos contagiar pela sua força de vida. Olha o Pico!