Maria Isabel Barreno (1939 - 2016)
Faleceu, no passado sábado, aos 77 anos de idade, a escritora e investigadora Maria Isabel Barreno, umas das "Três Marias".
Maria Isabel Barreno nasceu a 10 de Julho de 1939, em Lisboa. Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Trabalhou no Instituto Nacional de Investigação Industrial, foi jornalista e Conselheira Cultural para os Assuntos do Ensino na Embaixada de Portugal em Paris.
A sua obra literária abrange 24 títulos, entre romances, contos, novelas, ensaio e investigação na área da Sociologia, mas foi com o livro "Novas Cartas Portuguesas" que Maria Isabel Barreno ficaria conhecida como uma das "Três Marias". Em 1972, Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta lançaram a obra que criaria uma enorme polémica nacional e internacional. O livro denunciava a guerra colonial, o sistema judicial, a emigração, a violência e a situação das mulheres.
O regime ditatorial que vigorava em Portugal na época rapidamente condenou a obra, que foi proibida pela censura, e levou as autoras a tribunal, no "Caso das Três Marias". Por ironia do destino, a leitura da sentença foi marcada para 7 de Maio de 1974. Poucos dias antes, tinha-se dado a Revolução do 25 de Abril e o processo das "Três Marias" foi arquivado, tendo as autoras sido absolvidas.
Maria Isabel Barreno recebeu vários prémios, como o Prémio Fernando Namora pelo romance "Crónica do Tempo" (1991), o Prémio Camilo Castelo Branco e o Prémio Pen Club Português de Ficção pelo livro de contos "Os Sensos Incomuns" (1993). Em 2004, foi agraciada pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
"As Três Marias" - Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa