LETRAS LUSAS: "Vidadupla", de Sérgio Godinho
Sinopse: O que esconde e o que revela um velho lençol puído sobre a intimidade de uma mulher? Como se prova a inocência quando um álibi incrimina? O que significa a morte na vida de um carrasco e o que significa a vida no dia da sua morte? Para onde rolam as bicicletas e caminha a história das duas operárias? O que leva um homem a deixar a sua casa, noite após noite, para dormir na rua? Estas são algumas questões propostas pelas histórias de "Vidadupla": um extraordinário mosaico - poético e operático - em que as figuras se desdobram de pessoas comuns em fantasiosas personagens (e vice-versa) que cumprem um singular destino através do papel que lhes coube no circo da vida.
Sérgio Godinho nasceu em 1945, no Porto. Partiu de Portugal com 20 anos, recusando assim fazer a Guerra Colonial. Viveu durante nove anos em Genebra, Paris - onde integrou o elenco da comédia musical "Hair" -, Amesterdão, Brasil - onde se juntou ao grupo de vanguarda "Living Theater" - e Vancouver. O seu primeiro LP, "Os Sobreviventes", foi gravado em França, em 1971, com músicos franceses e a colaboração de alguns portugueses então radicados em França. Gravou também no exílio o álbum "Pré-Histórias". Tendo regressado a Portugal após a revolução democrática do 25 de Abril de 1974, Sérgio Godinho tornou-se autor de algumas das canções mais unanimemente aclamadas da música portuguesa, como "Com um Brilhozinho nos Olhos", "O Primeiro Dia", "É Terça-Feira", entre muitas outras. O livro de contos "Vidadupla" marca a estreia do conceituado músico e compositor na área da ficção, depois de uma incursão em histórias para crianças.