LETRAS LUSAS: "São Flores de Amor, os Cravos de Abril", de Lídia Praça
Editora: Editorial Novembro
Sinopse: O romance São Flores de Amor, os Cravos de Abril faz um percurso geopolítico e social pelo Portugal do pós-revolução, com memórias da Guerra do Ultramar, das antigas colónias e dos últimos anos do Estado Novo.
Este livro conta a conturbada e inquietante história de Paulo, um Capitão de Abril, e de Clara, uma psicóloga, entre os anos de 1972 e 2017. A narrativa desenvolve-se à medida que se desenrolam no país fenómenos como a clandestinidade, a acção da polícia política, o Verão Quente de 75 e as acções de dinamização cultural do MFA, no nordeste transmontano.
Algumas memórias de Paulo são reveladas no consultório de Clara, a psicóloga que salvou a vida de Mariana, sua mulher, na sequência de uma tentativa de suicídio. A realidade das perturbações do stress pós-traumático de guerra são o pretexto que o levam até Clara, uma mulher sedutora e enigmática, mais nova do que ele e por quem se sente perigosamente atraído.
Na verdade, os dois vivem uma estória de amor, pontuada de encontros e desencontros, numa súbita espiral de sensualidade e volúpia. A invulgar e intensa paixão que os assola, permanentemente alvo de perplexidades e equívocos, recria-se quando, um dia, Clara é, inesperadamente, confrontada com uma poderosa revelação. Com efeito, a psicóloga, quando fazia arrumações no seu consultório, descobre uma folha de papel ocultada no seu livro da terceira classe, que desvenda esse misterioso enigma.
Esta é também uma estória de fé e de esperança, onde a ética e a humanidade dos personagens, divididos entre o determinismo da vida e o livre arbítrio das decisões, emerge sempre, mesmo nos momentos mais tumultuosos e sombrios da vida.
Lídia Praça é natural de Bragança. Licenciou-se em Direito pela Universidade Católica e, mais tarde, obteve uma pós-graduação em Estudos Europeus pela Universidade Clássica de Lisboa. Advogada, jurista e quadro superior da Administração Pública foi, também, Presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude, Vogal do Conselho de Administração da Movijovem e Vogal da Comissão Liquidatária da Fundação para o Desenvolvimento das Tecnologias de Informação. Foi perita do Estado Português na Direcção-geral da Concorrência, em Bruxelas, e membro do Grupo Interministerial, no III Plano Nacional para a Igualdade "Cidadania e Género". É embaixadora de Ética Desportiva e Vice-Presidente Nacional da Union Hispanomundial de Escritores - Portugal. Em 2020 recebeu, no Perú, o Prémio Mundial César Vallejo, à Excelência na Defesa da Paz e Justiça Social. É autora do livro A Sombra de Muitas Faces, autora-coordenadora da obra Juventude e Desporto em Panorama e está representada em várias colectâneas de poesia, nacionais e internacionais. Foi colaboradora do jornal Record na coluna Desporto com valores.