LETRAS LUSAS: "Os segredos de Juvenal Papisco", de Bruno Paixão
Editora: Porto Editora
Sinopse: Orão é um lugar de sangue quente, cheio de superstições, habitado por personagens memoráveis como a benzedeira Xêpa Alma, o corrupto alcaide Heitor Raimundo ou o diligente boticário Zaqueu Soeiro. Destaca-se, entre eles, Juvenal Papisco, um padre de temperamento espontâneo e cru que sucumbe sem pudor aos prazeres e às imperfeições e que não suporta as injustiças que se perpetuam em Orão, avivadas pelo predomínio dos senhores de sempre.
Quando o jornal clandestino A Trama acusa Ismael Macho de andar metido com a mulher de outro, todos temem uma desgraça, e Ismael acaba mesmo por morrer durante a procissão da Virgem Santíssima, em circunstâncias estranhas. Todos as suspeitas recaem sobre o marido enganado, mas este nem à força de porrada admite a autoria do crime, para desespero do coronel Moniz.
Os segredos de Juvenal Papisco é um romance de estreia memorável que, com uma fina ironia e um apurado sentido caricatural, se apresenta como uma metáfora social, expondo a traição, a urdidura política, as fraquezas da justiça, o espaço conjugal como campo de sonhos e de utopias e as mezinhas respondendo ao que a medicina não pode.
Bruno Paixão nasceu em Coimbra, em Novembro de 1975. Doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de Coimbra, é professor do Ensino Superior e investigador. Foi jornalista, é cronista regular na imprensa e autor dos livros de crónicas Prime Time is my Time (2017), e Fake Time is not my Time (2021), para além de outros de âmbito académico. Foi jornalista de imprensa, membro da direcção da Associação Portuguesa Para o Estudo da Propriedade Intelectual e fundador da publicação universitária de defesa dos Direitos Humanos Enviado Especial. Presidiu à Comissão Executiva do Congresso "Pensar Portugal". Os segredos de Juvenal Papisco, obra vencedora do Prémio Literário Luís Miguel Rocha 2019, é o seu romance de estreia.