LETRAS LUSAS: "Arquipélago", de Joel Neto
Sinopse: Açores, 1980. Uma criança desaparecida. Um homem que não sente os terramotos.
Quando um grande terramoto faz estremecer a ilha Terceira, o pequeno José Artur Drumonde dá-se conta de que não consegue sentir a terra tremer debaixo dos pés. Inexplicável, esse mistério há-de acompanhá-lo durante toda a vida. Mas, entretanto, é hora de participar na reconstrução da ilha, tarefa a que os passos e os ensinamentos do avô trazem sentido de missão.
Já professor universitário, carregando a bagagem de um casamento desfeito e uma carreira em risco, José Artur volta aos Açores. Durante as obras de remodelação da casa do avô, é descoberto um cadáver que o levará em busca dos segredos da família, da história oculta do arquipélago e de uma seita ritualista com ecos do mito da Atlântida. Mas é nos ódios que separam dois clãs rivais que o professor tentará descobrir tudo o que os anos, a insularidade e os destroços do grande terramoto haviam soterrado…
Usando a mestria narrativa e o apuro literário dos clássicos, bem como um dom especial para trazer à vida os lugares, as gentes e a História dos Açores, Joel Neto apresenta o romance Arquipélago, em que a ilha é também protagonista.
Joel Neto nasceu em Angra do Heroísmo, capital da ilha Terceira, Açores, em 1974. Publicou livros de ficção, de crónica e de reportagem, mas diz ver-se a si próprio sobretudo como um «escritor de jornais». Escreveu em quase todos os grandes jornais portugueses, ganhou vários prémios de reportagem e vem desenvolvendo há mais de vinte anos intensa actividade como cronista. O seu livro O Citroën Que Escrevia Novelas Mexicanas (2002) foi adoptado como leitura obrigatória pela Universidade dos Açores. O volume anterior, O Terceiro Servo (2002) foi alvo de estudo na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, no Brasil. Banda Sonora para um Regresso a Casa (2011) é uma selecção das suas melhores crónicas, a maior parte delas publicadas na coluna Muito Bons Somos Nós, distribuída com os jornais Diário de Notícias e Jornal de Notícias. É ainda autor de, entre outros, José Mourinho - O Vencedor (2004), Todos Nascemos Benfiquistas (2007) ou Os Sítios Sem Resposta (2012). Depois de vinte anos a viver em Lisboa, regressou à sua ilha em 2012.