LETRAS LUSAS: "A Instalação do Medo", de Rui Zink
Editora: Porto Editora
Sinopse: «Ao infantilizar-nos, minha senhora, o medo não nos diminui, antes nos eleva. O medo devolve-nos a infância do mundo.»
Tocam à campainha. A mulher esconde o filho na casa-de-banho e vai abrir a porta.
E se o medo fosse um serviço, a bem do país e do progresso, entregue ao domicílio? Cumprindo o decreto-lei de instalarem o medo em todos os lares o mais rapidamente possível, dois técnicos entram. Carlos, o bem-falante, e Sousa, com mau ar e voz doce, dialogam sobre os mais diversos assuntos: desde o desemprego às doenças e pandemias, das convulsões de mercado e taxas de juros à violência e terrorismo, criando um clima de tensão crescente.
Numa edição renovada, e no seu tom irreverente e mordaz, Rui Zink convoca em cada leitor a urgência da coragem – aquela que orienta o coração de uma mãe. Vencedora do prestigiado prémio Utopiales para melhor romance estrangeiro, A Instalação do Medo é uma obra notável escrita a favor do futuro.
Rui Zink nasceu em Lisboa, em 1961. Além de escritor e professor na NOVA FCSH, é membro fundador dos Felizes da Fé e da ACA-M. Autor de uma obra diversificada, do romance à banda desenhada, passando pelo ensaio ou literatura infantil, publicou títulos como o Hotel Lusitano (1986), Apocalipse Nau (1996), O Suplente (2000), O Anibaleitor (2011), Manual do Bom Fascista (2019) e O avô tem uma borracha na cabeça (2020). A sua obra está traduzida em várias línguas, como inglês, alemão, romeno, hebraico ou bengali, e já foi distinguida dentro e fora de Portugal, destacando-se o Prémio do P.E.N. Clube Português de Novelística, pelo romance Dádiva Divina, em 2004, ou o Prémio Utopiales para melhor romance estrangeiro, com a edição francesa de A instalação do medo, em 2017.