LETRAS LUSAS: "A Greve", de Luís Corredoura

Editora: Cultura
Sinopse: Cinco mil operários. Centenas de fábricas, oficinas e pedreiras. Doze dias de protesto. Ao regime só restou a violência.
Em Maio de 1965, cinco mil operários de centenas de fábricas, oficinas e pedreiras paralisaram durante 12 dias a extracção e transformação do lioz, pedra única da região de Pêro Pinheiro, no norte do concelho de Sintra, e com a qual se fizeram alguns dos mais emblemáticos edifícios de Portugal ao longo dos seus nove séculos.
Às forças da ordem, no auge do regime ditatorial salazarista, e perante a perspectiva do embaraço político, restou o costume: mentiras, ameaças, cargas de cavalaria da GNR e inúmeras detenções e torturas feitas pela PIDE. Foi, ainda assim, a maior greve com a qual o Estado Novo se deparou.
Baseando-se em factos reais, Luís Corredoura, autor de A Recriação do Mundo, O Segredo de Wuhan e A Bomba de Lisboa, volta a partilhar com o leitor o seu olhar sensível e especializado, detalhando com impacto os contornos assustadores da violência e da tortura, conduzindo o leitor às casas dos protagonistas e ao ambiente detalhadamente recriado dos lugares públicos (e privados...) dos anos 60 de Pêro Pinheiro e arredores de Lisboa.
Uma viagem inesquecível a um Portugal sem medo, aos pensamentos e corações de homens e mulheres que mostraram ao Estado Novo de que eram feitos: pedra (lioz, concretamente).
Um protesto escondido na História. Até agora.

Luís Corredoura nasceu em Pêro Pinheiro, concelho de Sintra, em 1975. Arquitecto, mestre em Recuperação do Património Arquitectónico e Paisagístico e doutorando em Arquitectura, Luís Corredoura é autor de Nome de Código Portograal (vencedor do Grande Prémio Adamastor de Literatura Fantástica do Coletivo Trëma/Fórum Fantástico de Lisboa e também do Encouragement Award, da European Science Fiction Society). Escreveu igualmente Lusitano Fado (livro RTP), O Senado – História de Uma Conspiração e, pela Cultura, A Recriação do Mundo (2019), O Segredo de Wuhan (2021) e A Bomba de Lisboa (2024). Em 2022, publicou Apostasia, o seu primeiro livro de poesia. Corredoura é também tradutor para português de História da Espionagem e o Mundo dos Serviços Secretos e de Informação, de John Hughes-Wilson. A Greve é o seu sétimo romance.
