EXPOSIÇÃO: Mário-Henrique Leiria - Centenário do Nascimento (1923 - 2023) (Centro de Arte Manuel de Brito, Lisboa - até 27 Maio)
Mário-Henrique Leiria, Mecanismo da Revolução, 1948, colagem sobre papel
Mário-Henrique Leiria, poeta, escritor, pintor, crítico de arte, crítico literário, tradutor, gráfico e editor, nasceu em Lisboa, em 1923, e viria a morrer em 1980, aos 57 anos de idade. Nesse mesmo ano, após a sua morte, Manuel de Brito (1928-2005) adquiriu o espólio do artista, que estava em risco de se perder.
Entre 1949 e 1951, Mário-Henrique Leiria envolveu-se activamente no Grupo Surrealista Português. Coleccionador por natureza, guardava tudo o que era seu, assim como dos seus parceiros e de outros pintores e escritores, desde desenhos e pinturas a cartazes feitos à mão das exposições surrealistas, passando por fotografias, catálogos, manifestos e tudo o que se relacionava com as artes e as letras.
Além de ser um leitor ávido – contava com mais de três mil livros na sua biblioteca -, Leiria fazia álbuns com as reproduções dos artistas de que mais gostava, como Nuno Gonçalves, Goya, Cézanne ou Marilyn Monroe.
Para esta exposição, que inaugura o novo Centro de Arte Manuel de Brito, pertencente à Galeria 111, foi feita uma escolha dos seus muitos desenhos, dos cadavre-exquis feitos com os seus companheiros, das colagens e das pinturas.
No legado que Mário-Henrique Leiria deixou, incluem-se ainda trabalhos de artistas como Cruzeiro Seixas, João Artur, Jorge Vieira, Mário Cesariny, António Domingos, António Maria Lisboa, António Areal, Carlos Calvet, Carlos Eurico da Costa, Fernando Alves dos Santos, António Paulo Tomaz, Henrique Risques Pereira, Pedro Oom ou João Artur da Silva. Esta mostra tem, portanto, um enorme património para descobrir.