ESTREIA TV: Viagem a Portugal (RTP1 - 21h00)

A viagem a Portugal de Fábio Porchat, inspirada na obra de José Saramago.
Estávamos nos anos 80 quando foi publicada a célebre obra Viagem a Portugal, de José Saramago. Entre crónicas, narrativas e recordações, o Nobel da Literatura eternizou em palavras o seu olhar daquela que foi uma das viagens da sua vida: percorreu lés a lés um país mergulhado na tradição. Agora, quarenta anos depois, a mesma viagem é feita pelo humorista brasileiro Fábio Porchat que, em televisão, irá mostrar o que hoje é Portugal.
Pelos sítios visitados e registados por José Saramago na sua obra, Fábio Porchat vai provar "as mesmas comidas e até o mesmo vinho", acompanhadas de boas conversas com quem, um dia, privou com o escritor. Um olhar curioso e divertido sobre um Portugal desconhecido e sobre as suas gentes e lugares.
A viagem tem início em Miranda do Douro, em Trás-os-Montes, e termina em Sagres, no Algarve, num total de 6 episódios. Em todos os locais por onde irá passar, Fábio Porchat promete um olhar moderno sem esquecer a memória do tempo.
Sábados, às 21h00, na RTP1.
José Saramago nasceu a 16 de Novembro de 1922, na aldeia de Azinhaga, concelho da Golegã, no Ribatejo. Aos 2 anos, foi viver para Lisboa. As noites passadas na biblioteca pública do Palácio Galveias, em Lisboa, foram fundamentais para a sua formação. «E foi aí, sem ajudas nem conselhos, apenas guiado pela curiosidade e pela vontade de aprender, que o meu gosto pela leitura se desenvolveu e apurou.» Em 1947, publicou o seu primeiro livro que intitulou A Viúva, mas que, por razões editoriais, viria a sair com o título de Terra do Pecado. Seis anos depois, em 1953, terminaria o romance Claraboia, publicado apenas após a sua morte. No final dos anos 50 tornou-se responsável pela produção na Editorial Estúdios Cor, função que conjugaria com a de tradutor, a partir de 1955, e de crítico literário. Regressa à escrita em 1966 com Os Poemas Possíveis. Em 1971, assumiu funções de editorialista no Diário de Lisboa e, em Abril de 1975, é nomeado director-adjunto do Diário de Notícias. No princípio de 1976, instala-se no Lavre, Alentejo, para documentar o seu projecto de escrever sobre os camponeses sem terra. Assim nasceu o romance Levantado do Chão e o modo de narrar que caracteriza a sua ficção novelesca. Até 2010, ano da sua morte, a 18 de Junho, na ilha espanhola de Lanzarote, José Saramago construiu uma obra incontornável na literatura portuguesa e universal, com mais de 40 títulos que vão de Memorial do Convento a Caim, passando por O Ano da Morte de Ricardo Reis, O Evangelho segundo Jesus Cristo, Ensaio sobre a Cegueira, Todos os Nomes ou A Viagem do Elefante, obras traduzidas em todo o mundo. No ano de 2007 foi criada, em Lisboa, uma Fundação com o seu nome, que trabalha pela difusão da literatura, pela defesa dos direitos humanos e do meio ambiente, tomando como documento orientador a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Desde 2012 a Fundação José Saramago tem a sua sede na Casa dos Bicos, em Lisboa. José Saramago recebeu o Prémio Camões em 1995 e o Prémio Nobel de Literatura em 1998. Em Novembro de 2021, foi lançada uma edição especial de Viagem a Portugal (1981), que inclui todas as fotografias que Saramago fez ao longo da sua viagem — quase todas inéditas —, a par de fotografias de Duarte Belo. A sua publicação coincidiu com o início das comemorações do Centenário de José Saramago.
