DOC TV: Ainda Não Acabámos - Como Se Fosse Uma Carta (RTP2 - 22h55)
Realização: Jorge Silva Melo
Produção: Artistas Unidos
Com: Américo Silva, António Simão, Catarina Wallenstein, Jean Jourdheuil (França), Spiro Scimone (Itália), Elmano Sancho, Manuel Wiborg, Isabel Muñoz Cardoso, Sylvie Rocha, Fernando Lemos, Jorge Martins, João Pedro Mamede, José Medeiros Ferreira, Pedro Carraca, João Meireles, Vânia Rodrigues, Maria João Pinho, Maria João Luís, Miguel Borges, Pedro Gil, Rita Brütt, Rúben Gomes, Sofia Areal
Sinopse: "Uma deambulação por meio século, sim, uma carta talvez. Viagens pela minha vida, podia chamar-lhe eu, que tanto gosto de Garrett. Um traveling como ele gostaria, uma história solta, memórias, projectos, encontros. Também porque, desde 1995, tenho feito vários retratos de artistas (Palolo, Bravo, Lapa, Skapinakis, Bartolomeu, Ângelo, Sena, Ana Vieira e preparo Sofia Areal e Fernando Lemos), comecei a pensar que é isso a minha vida, estes encontros, ver, ouvir, cortar, mostrar, provocar. Quero, com este filme, continuar a mostrar o que vejo.
Sou eu que escrevo esta carta, como se fosse uma carta, sim, sou eu. Não tanto para falar de mim, mas do que me prometeram, daquilo que perdi, daquilo que consegui continuar. Prometeram-me um mundo de linhas simples, cresci quando se fazia, ao lado da minha escola, o edifício das Águas Livres de Nuno Teotónio Pereira, Portugal saía do português-suave que se sobrepôs ao modernismo. O mundo que imaginei meu seria assim, simples, sem enfeites. Foi o que me prometeram tantos dos que vieram antes de mim. Visito aqui os locais - nem todos - que me disseram seriam os da minha vida. Que foi feita por outros que a desenharam. Em Lisboa, ou em Paris, onde trabalhei e onde me sinto em casa. Ou Roma onde não cheguei a instalar-me. Lembro muita gente que me contou o mundo - mas nem todos... É uma carta. Ou... É um auto-retrato (auto-filme? auto-golo?) comigo de costas: para que quem veja, veja o que eu vejo. Aquilo que vejo (vi, verei) será aquilo que sou? Mas é uma carta, é a ti que quero contar, a ti, rapaz que quiseste ser actor." (Jorge Silva Melo)