Cinema Ideal reabre hoje
O Cinema Ideal, em Lisboa, reabre esta 5ª feira com a estreia em sala do premiado filme "E agora? Lembra-me", de Joaquim Pinto. A sessão inaugural do cinema acontece às 21h00 e contará com a presença do realizador.
Situado na Rua do Loreto, entre a Baixa/Chiado e o Bairro Alto e a Bica, esta é a mais antiga sala de cinema de Portugal (1904) e uma das mais antigas do mundo. Começou por ser Salão Ideal, depois Cinema Ideal, Cine Camões, Cine Paraíso e, agora, reabre como Cinema Ideal. O renascimento do mítico espaço, com duas salas de cinema, é da responsabilidade da produtora Midas Filmes em associação com a Casa da Imprensa, proprietária do edifício onde funciona o Cinema Ideal e pioneira, desde 1962, na organização de festivais e ciclos de cinema em Lisboa. A remodelação esteve a cargo do arquitecto José Neves.
O cinema português será uma das prioridades na programação do Cinema Ideal. Assim, além da estreia do filme "E agora? Lembra-me", o Cinema Ideal irá contar no seu primeiro ano com uma série de estreias:
- estreia, a 11 de Setembro (mês em que o Cinema Ideal completa 110 anos), da versão longa do filme "Os Maias", de João Botelho, num exclusivo do Cinema Ideal... no mesmo dia, estreia a nível nacional, numa versão mais curta;
- para assinalar os 50 anos do Cinema Novo português, a exibição da última longa-metragem de Paulo Rocha (1935 - 2012), "Se eu fosse ladrão... roubava", acompanhada da reposição das versões digitais restauradas de "Os Verdes Anos" e "Mudar de Vida", a par de produções de outros cineastas da mesma geração, como Fernando Lopes, António da Cunha Telles ou José Fonseca e Costa;
- estão também previstas as exibições do filme "Cavalo Dinheiro", de Pedro Costa (recentemente premiado no Festival de Locarno); da primeira longa-metragem de João Salaviza; do novo documentário de João Canijo; do filme "Lacrau", a primeira longa-metragem de João Vladimiro; e de um programa com três curtas-metragens de Gabriel Abrantes.
Além do cinema português, o Cinema Ideal irá também mostrar filmes clássicos estrangeiros. Assim, a partir desta 6ª feira, para além do filme de Joaquim Pinto, as sessões diárias do Cinema Ideal serão repartidas com a versão digital restaurada de "A Desaparecida" (1956), de John Ford, clássico do cinema norte-americano.
No primeiro andar do edifício do Cinema Ideal, funcionará um restaurante e uma livraria com grande oferta de DVD's. Nesta livraria, haverá também lugar para debates, apresentações de filmes e outras iniciativas.
Dica: Pode saber mais sobre a história do Cinema Ideal no livro "O Cinema Ideal e a Casa da Imprensa - 110 anos de filmes", de Maria do Carmo Piçarra