CINE TV: O Rio do Ouro (RTP2 - 23h15)
A RTP2 dedica as noites de sexta-feira do mês de Julho à obra de Paulo Rocha, uma das figuras fundamentais na divulgação do Cinema Novo português. Paulo Rocha foi, durante os últimos 50 anos, um autor central da moderna cinematografia portuguesa. A sua obra compõe um olhar de conjunto sobre a "portugalidade", a partir de uma série de encontros e de choques: entre o país urbano e o país rural, ou entre a modernidade cultural e as tradições populares, por vezes em diálogo com formas e expressões culturais exógenas, como sucede nos seus filmes que reflectem a presença portuguesa no Extremo Oriente e também a partir de uma vivência pessoal. Paulo Rocha foi assistente de Jean Renoir em "Le Caporal Epinglé" e um dos colaboradores de Manoel de Oliveira em "Acto da Primavera". Este mês, na rubrica Já Vi Este Filme, exibida antes e a seguir ao filme, temos como convidadas as actrizes Isabel Ruth e Teresa Tavares.
Ano: 1998
Realização: Paulo Rocha
Argumento: Regina Guimarães e Paulo Rocha
Música: José Mário Branco
Elenco: Isabel Ruth, Lima Duarte (Brasil), Joana Bárcia, João Cardoso, António Capelo, Filipe Cochofel, António Rodrigues, Alice Silva, Vitalina Beleza, Joana Mayer, Absinte Abramovici (França)
Sinopse: Nas margens do Douro, António salva a sua sobrinha Mélita de morrer afogada no rio. Grávida de um homem casado, Mélita é levada por Carolina, a mulher do seu tio, a abortar. No comboio, Carolina repara num atraente cigano que poderia dar um bom marido para Mélita. O cigano, porém, é assaltado por devastadoras visões de Mélita, numa vida passada, cometendo um crime sangrento.
A região do Douro é, mais uma vez, o cenário para uma absorvente e sinuosa história de amores cruzados e trágicos em "O Rio do Ouro", de Paulo Rocha, um dos veteranos cineastas portugueses do movimento do Novo Cinema Português dos anos 60 e autor do memorável "Verdes Anos". "O Rio do Ouro" parte de um facto verídico que Rocha transforma numa fascinante história de paixão, ciúme e nostalgia, na qual a paisagem e o rio desempenham um papel dominante, aliás ambos captados de forma deslumbrante. Da fotografia de Elso Roque à música de José Mário Branco, "O Rio do Ouro" é um filme de estranhas e inesperadas emoções, de contrastantes e contraditórias atmosferas psicológicas, onde Rocha reafirma a sua maturidade cinematográfica.