CINE TV: O Nosso Cônsul em Havana (RTP1 - 22h45)
Ano: 2020
Realização: Francisco Manso
Argumento: António Torrado e José Fanha
Direcção Fotografia: José António Loureiro
Música: Luís Cília
Produção: Francisco Manso Audiovisuais
Locais gravações: Penafiel, Ílhavo, São Pedro do Sul, Castelo de Vide, Espanha, Cuba
Elenco: Elmano Sancho, Mafalda Banquart, Rodrigo Santos, Jorge Pinto, Luísa Cruz, Pedro Frias, António Capelo, Joana Carvalho, Joaquim Nicolau, João Lagarto, Ivo Arroja, Zirui Cao, Júlio Martín, José Eduardo, António Neiva, Bruno Schiappa, Manuel Estêvão, Paulo Freixinho, Adriano Reis, Fátima Reis, Marques d'Arede
Sinopse: "O Nosso Cônsul em Havana" é uma ficção que se inspira livremente no período em que o escritor Eça de Queiroz foi Cônsul de Portugal em Cuba, à época colónia espanhola.
Em 1871 caiu o Governo que proibira as Conferências Democráticas do Casino Lisbonense, lideradas por Antero de Quental, onde Eça de Queiroz interviera. No ano seguinte, Eça (Elmano Sancho) é nomeado Cônsul em Havana, por Andrade Corvo, Ministro dos Negócios Estrangeiros do novo Governo de carácter mais liberal.
Em Cuba, colónia espanhola, continua a escravatura. Existem cerca de cem mil contratados chineses que saem da China, através de Macau, com documentos portugueses. Eça segue para Havana com o encargo de tentar resolver o problema dos chineses, tratados como escravos nas plantações de cana-de-açúcar. Seguiremos a história de Lô (Zirui Cao), uma menina chinesa que embarca clandestinamente para Cuba e que é ajudada por um marinheiro de bom coração, que a entrega às freiras do Convento de Santa Clara. Para ajudarem Lô a escapar das garras do grande traficante de escravos da ilha, Don Zulueta (Júlio Martín), vão convergir pessoas de bem e defensoras da liberdade: o jornalista e livre-pensador Vicente Torradellas (Rodrigo Santos), D. Antónia Morales (Joana Carvalho), proprietária de terras, a Madre Filomena (Fátima Reis), o próprio Eça de Queiroz e o seu amigo Juan (Ivo Arroja), um rapazito engraxador cheio de manhas e artimanhas necessárias à sobrevivência numa cidade como Havana.
Durante o tempo em que lá permanece, Eça não deixa por mãos alheias os seus méritos de sedutor e vive um amor escaldante com Mollie (Mafalda Banquart), filha do General americano Bidwell (Jorge Pinto), uma jovem moderna e apaixonada que se sente tão à vontade à mesa de póquer como no jogo da sedução.
José Maria Eça de Queiroz nasceu a 25 de Novembro de 1845, na Póvoa de Varzim, e é considerado um dos maiores romancistas de toda a Literatura Portuguesa, o primeiro e principal escritor realista português, renovador profundo e perspicaz da nossa prosa literária. Entrou para o Curso de Direito em 1861, em Coimbra, onde conviveu com muitos dos futuros representantes da Geração de 70. Terminado o curso, fundou o jornal O Distrito de Évora, em 1866, órgão no qual iniciou a sua experiência jornalística. Em 1871, proferiu a conferência «O Realismo como nova expressão da Arte», integrada nas Conferências do Casino Lisbonense e produto da evolução estética que o encaminha no sentido do Realismo-Naturalismo de Flaubert e Zola. No mesmo ano iniciou, com Ramalho Ortigão, a publicação de As Farpas, crónicas satíricas de inquérito à vida portuguesa. Em 1872 iniciou a sua carreira diplomática, ao longo da qual ocupou o cargo de cônsul em Havana, Newcastle, Bristol e Paris. Foi, pois, com o distanciamento crítico que a experiência de vida no estrangeiro lhe permitiu, que concebeu a maior parte da sua obra romanesca, consagrada à crítica da vida social portuguesa, e de onde se destacam O Primo Basílio, O Crime do Padre Amaro, A Relíquia e Os Maias, este último considerado a sua obra-prima. Morreu a 16 de Agosto de 1900, em Paris.