CINE TV: O Ano da Morte de Ricardo Reis (TVCine Edition - 22h00)
Ano: 2020
Realização: João Botelho
Argumento: João Botelho (a partir da obra literária homónima de José Saramago)
Direcção Fotografia: João Ribeiro
Música: Daniel Bernardes
Produção: Ar de Filmes (Alexandre Oliveira)
Elenco: Luís Lima Barreto, Chico Diaz (Brasil), Catarina Wallenstein, Victoria Guerra, Hugo Mestre Amaro, João Barbosa, Rui Morrison, Luísa Cruz, Dinarte Branco, Marcello Urgeghe, Pedro Lacerda, Márcia Breia, Luís Lucas, Ricardo Aibéo, Cláudio da Silva, Paulo Filipe, José Martins, Hugo Silva, Dinis Gomes, Gustavo Vargas, André Gomes, Francisco Vistas, Mário Sabino Sousa, Solange Santos, Rafael Fonseca, Francisco Tavares
Sinopse: Fernando Pessoa, um dos maiores escritores da Língua Portuguesa, estabeleceu um gigantesco universo paralelo criando uma série de heterónimos para sobreviver à sua solidão de génio. José Saramago, Prémio Nobel da Literatura em 1998, fez regressar o heterónimo Ricardo Reis a Portugal, ao fim de 16 anos de exílio no Brasil.
1936 é o ano de todos os perigos, do fascismo de Mussolini, do Nazismo de Hitler, da terrível guerra civil espanhola e do Estado Novo em Portugal, de Salazar. Fernando Pessoa (Luís Lima Barreto), o criador, encontra Ricardo Reis (Chico Diaz), a criatura. Duas mulheres, Lídia (Catarina Wallenstein) e Marcenda (Victoria Guerra) são as paixões carnais e impossíveis de Ricardo Reis. "Vida e Morte é tudo um" permite a literatura e o cinema também. Realismo fantástico.
Estudou Engenharia Mecânica, mas o vício do cinema foi mais forte, potenciado pela vida académica em Coimbra. Chegou a ver 300 filmes num ano, foi cineclubista e fundou uma conceituada revista de Cinema. Assim, antes de ser cineasta, João Botelho foi um cinéfilo convicto. O seu mentor, Manoel de Oliveira, ensinou-lhe que o cinema é "ver e ouvir, que o que importa é o ponto de vista da câmara (e que só há um ponto de vista correcto para cada cena) e que, se não há dinheiro para filmar uma carruagem, filma-se a roda, mas há que filmá-la bem". O seu cinema tornou-se assim um "cinema do tempo" em contraposição ao "cinema de movimento". Paralelamente, o seu contributo para devolver o valor incalculável da Literatura Portuguesa é também inegável e, através da sua própria arte, tem criado versões cinematográficas únicas de grandes clássicos.
Com uma obra intemporal, os Canais TVCine homenageiam um dos realizadores mais marcantes do Cinema Português, com a Retrospectiva: João Botelho, todas as quartas e quintas-feiras de Julho, às 22h00, em exclusivo no TVCine Edition.
José Saramago nasceu em 1922, na aldeia da Azinhaga, concelho da Golegã, no Ribatejo. Autor de mais de 40 títulos, em 1947 publicou o seu primeiro livro que intitulou A Viúva, mas que, por razões editoriais, viria a sair com o título de Terra do Pecado. Seis anos depois, em 1953, terminaria o romance Claraboia, publicado apenas após a sua morte. No final dos anos 50, tornou-se responsável pela produção na Editorial Estúdios Cor, função que conjugaria com a de tradutor, a partir de 1955, e de crítico literário. Regressa à escrita em 1966 com Os Poemas Possíveis. Em 1971, assumiu funções de editorialista no Diário de Lisboa e, em Abril de 1975, é nomeado director-adjunto do Diário de Notícias. No princípio de 1976, instala-se no Lavre (Montemor-o-Novo) para documentar o seu projecto de escrever sobre os camponeses sem terra. Assim nasceu o romance Levantado do Chão e o modo de narrar que caracteriza a sua ficção novelesca. Até 2010, ano da sua morte, a 18 de Junho, na ilha espanhola de Lanzarote, José Saramago construiu uma obra incontornável na literatura portuguesa e universal, com títulos que vão de Memorial do Convento a Caim, passando por O Ano da Morte de Ricardo Reis, O Evangelho segundo Jesus Cristo, Ensaio sobre a Cegueira, Todos os Nomes ou A Viagem do Elefante, obras traduzidas em todo o mundo. No ano de 2007, foi criada em Lisboa uma Fundação com o seu nome, que trabalha pela difusão da literatura, pela defesa dos direitos humanos e do meio ambiente, tomando como documento orientador a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Desde 2012 a Fundação José Saramago tem a sua sede na Casa dos Bicos, em Lisboa. José Saramago recebeu o Prémio Camões em 1995 e o Prémio Nobel de Literatura em 1998.