Ano: 2002

Realização: António Ferreira

Argumento: António Ferreira, César Santos Silva

Música: Paulo Renato

Produção: Paulo Branco

Elenco: Custódia Gallego, António Capelo, Amélia Corôa, Fernando Taborda, Alexandre Pinto, Cleia Almeida, Alexandra Rosa, Jorge Piña, Estrela Novais, João Cabral, Lucinda Loureiro, José Diogo, Luís Pavão, Margarida Lopes, Dörte Schneider, Fernando Miguel, Pedro Gameiro, David Fonseca, Beatriz Pinho, Paulo César Fajardo, Ricardo Martins, Jorge Pelicano, Joel Rodrigues

Sinopse: A trágica comédia das nossas vidas numa história de amores, ódios, separações e reencontros. Primeira longa-metragem do cineasta português António Ferreira, com interpretações memoráveis de António Capelo e Custódia Gallego.

Messias (António Capelo), o marido, médico dentista, quase ilusionista. Felizbela (Custódia Gallego), a bela esposa, quase feliz. Joana (Cleia Almeida), a filha, quase cantora, e Pankas (Alexandre Pinto), o namorado, quase cineasta. Bárbara (Amélia Corôa), a sobrinha, quase família. Finalmente, o avô Tobias (Fernando Taborda), pastor, quase imortal. Seis personagens, seis histórias de pessoas que se amam, odeiam, separam e reencontram. Os pais, a filha, o namorado, a sobrinha, o avô, a criada, e um bode... que está sempre a ser confundido com uma cabra! Bárbara irrompe nesta família e desequilibra tudo: a prima, a tia, e sobretudo Messias, que finalmente se deixa levar pelas emoções... Mas Felizbela não se conforma e tudo fará para salvar a família.

Tudo começa quando a jovem Bárbara, em choque com os pais, vai para casa dos tios, numa cidade distante. Mas Bárbara encontra os tios, Felizbela e Messias, numa fase de conflito irreversível cuja separação se adivinha. Rejeitada, revoltada com o mundo, numa permanente crise de amor-próprio, Bárbara atrai a atenção de Messias, ele próprio perdido num desamor latente, num desprezo inconfesso pela mulher. Bárbara deixa-se guiar pelas emoções, pela sede da experiência, pela atracção do abismo, pela lúgubre visão do circo a arder. Messias deixa-se levar pelas emoções, por uma súbita sede de experiência e pela mesma inevitável visão do circo a arder. Bárbara e Messias amam-se, mesmo que isso signifique apenas conflito, separação e reencontro. Felizbela, que ama de forma descontrolada o marido, num amor possessivo onde o ciúme e o ódio se misturam, sofre, humilha-se e redescobre-se perante o envolvimento de Messias com Bárbara. 

À margem de tudo isto, solitários no início e no fim das suas histórias de vida, a filha de Messias e Felizbela, Joana, quase cantora, persegue os seus sonhos; e o pai de Messias, Tobias, que era pastor, vive as suas últimas memórias, reavivadas pela presença subliminar e desconcertante do seu bode, omnipresente ao longo de toda a história.