CINE ESTREIA: "Camarada Cunhal", de Sérgio Graciano
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Realização: Sérgio Graciano
Argumento: Raquel Palermo (baseado no livro Álvaro Cunhal - Retrato Pessoal e Íntimo, de Adelino Cunha)
Direcção Fotografia: Miguel Manso
Música original: José de Castro
Produção: Sky Dreams Entertainment (José Francisco Gandarez)
Elenco: Romeu Vala, António Mortágua, Filipa Nascimento, Frederico Barata, Guilherme Moura, João Villas-Boas, Tiago Teotónio Pereira, Tobias Monteiro, Gonçalo Neto Arroja, Helena Caldeira, Henrique Gomes, Ivo Arroja, João Craveiro, João Miguel Mota, Joaquim Horta, Luís Lobão, Maya Booth, João Bettencourt, Vítor Andrade, Miguel Ribeiro, Diana Vaz, Rebeca Duarte, Luísa Bacalhau
Sinopse: Julho de 1956. Álvaro Cunhal (Romeu Vala) chega ao Forte de Peniche e é colocado na mais moderna e segura ala penitenciária, considerada à prova de fuga. Apesar do apertado controlo exercido sobre os presos, Álvaro e os camaradas conseguem organizar uma pequena comuna e dar apoio aos detidos mais vulneráveis, enquanto procuram uma forma de escapar. A segurança da prisão foi reforçada após a espectacular fuga de Dias Lourenço (Henrique Gomes), dois anos antes, quando o dirigente comunista saltou do Segredo para o mar, em pleno Inverno, nadando para a liberdade. Álvaro tem consigo seis cadernos, onde regista alguns dos mais duros episódios da sua vida, como o violento interrogatório ao qual foi sujeito na sua primeira detenção, os dias insanos na solitária ou a morte do irmão mais velho. A rotina na prisão é difícil e repetitiva. Um dia, um dos seus companheiros percebe que há uma vulnerabilidade na segurança do forte, que podem usar para escapar. Dentro e fora da prisão, é posto em marcha um plano de fuga…

Álvaro Cunhal nasceu a 10 de Novembro de 1913, em Coimbra. Após ter passado a infância em Seia, mudou-se com a família para Lisboa aos 11 anos. Frequentou o Liceu Camões e a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e, aos 17 anos, filia-se no Partido Comunista Português (PCP) e integra o Socorro Vermelho Internacional. Em 1934, é eleito representante dos estudantes no Senado da Universidade de Lisboa e, em 1935, torna-se secretário-geral da Federação das Juventudes Comunistas, passando também a integrar o quadro de militantes clandestinos. Durante este período é preso duas vezes, em 1937 e em 1940. Participa na reorganização do PCP, em 1940/41, e é membro do Secretariado de 1942 a 1949, período durante o qual contribui decisivamente na orientação e identidade do PCP. Em 1949, é novamente preso e condenado a onze anos de prisão (oito dos quais em isolamento). Transferido da Penitenciária de Lisboa para a prisão de Peniche, evadiu-se a 3 de Janeiro de 1960 com um grupo de outros destacados militantes comunistas. Eleito Secretário-geral do PCP em Março de 1961, interveio decisivamente para a correcção do chamado desvio de direita. Teve um papel central na definição da acção política do PCP, reflectindo na sua obra "Rumo à Vitória" sobre a unidade anti-fascista e as condições que levariam ao 25 de Abril de 1974. Instaurada a Democracia, foi Ministro sem Pasta nos primeiros quatro Governos Provisórios e eleito deputado à Assembleia Constituinte em 1975 e à Assembleia da República nas eleições realizadas entre 1975 e 1987. Foi membro do Conselho de Estado de 1982 a 1992. Ao longo da década de 30, colaborou com vários jornais e revistas, como a "Seara Nova" ou "O Diabo", e nas publicações clandestinas do PCP, o "Avante!" e "Militante". Para além de uma vasta obra de ensaio e intervenção política, foi romancista, sob o pseudónimo de Manuel Tiago, e escreveria sobre a resistência e luta dos que, como ele, deram a vida e os melhores anos da sua vida pela liberdade de um povo. Faleceu a 13 de Junho de 2005, aos 92 anos.


Sérgio Graciano nasceu em Lisboa, em 1975. Já realizou vários trabalhos para televisão: as telenovelas "Doce Fugitiva" (TVI), "Vila Faia" (RTP1), "Laços de Sangue" (SIC), que ganhou um Emmy Internacional de Melhor Novela, "Coração de Ouro" (SIC), "Valor da Vida" (TVI) e "Prisioneira" (TVI); e as séries "Liberdade 21" (RTP1), "Conta-me Como Foi" (RTP1), "Último a Sair" (RTP1), "Lua Vermelha" (SIC), "Maternidade" (RTP1), "Depois do Adeus" (RTP1), "Filha da Lei" (RTP1), "A Criação" (RTP1), "País Irmão" (RTP1), "A Generala" (OPTO), "Chegar a Casa" (RTP1), a segunda temporada da série luso-espanhola "Auga Seca" (RTP1), "A Rainha e a Bastarda" (RTP1), "Da Mood" (RTP1) e "Codex 632" (RTP1). Os filmes "Soares é fixe!", que estreou em 2024 nos cinemas, e "Camarada Cunhal", que estreia hoje, ambos realizados por Sérgio Graciano, darão origem à série "Homens de Honra", a ser exibida na RTP1. O filme "Salgueiro Maia - O Implicado", teve também uma versão para série de televisão, já exibida pela RTP1. Sérgio Graciano também tem realizado na ficção angolana, como são exemplo as telenovelas "Windeck" e "Jikulumessu" e o filme/série "Njinga - Rainha de Angola". Para cinema, realizou curtas e longas-metragens.
Filmografia:
Camarada Cunhal (2025)
Os Papéis do Inglês (2024)
Soares é fixe! (2024)
Salgueiro Maia - O Implicado (2022)
O Som que Desce na Terra (2021)
A Impossibilidade de Estar Só (2020)
Linhas de Sangue (2018) c/ Manuel Pureza
Perdidos (2017)
Uma Vida à Espera (2017)
Herculano (curta-metragem, 2013)
Ivanov (vídeo, 2013)
Assim Assim (2012)
Linhas de Sangue (curta-metragem, 2011) c/ Manuel Pureza
Um Dia Longo (2011)
Respiro (2010)
Passeio (curta-metragem, 2009)
Ricochete (curta-metragem, 2006)
