Centenário de Sophia de Mello Breyner Andresen
Esta quarta-feira, 6 de Novembro, comemora-se o centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen, um dos maiores nomes da literatura portuguesa.
Sophia nasceu a 6 de Novembro de 1919, no Porto, no seio de uma família da aristocracia portuense, com origens dinamarquesas por parte do avô paterno. Frequentou Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mas nunca chegou a concluir o curso. Publicou os primeiros versos em 1940, nos Cadernos de Poesia.
Em 1946, casa-se com o jornalista, político e advogado Francisco Sousa Tavares e passa a viver em Lisboa. Foi mãe de cinco filhos, para quem começou a escrever contos infantis. Obras como "A Menina do Mar", "A Fada Oriana", "O Cavaleiro da Dinamarca", "A Floresta", "O Rapaz de Bronze", entre outros, continuam a ser muito populares entre as crianças portuguesas.
Além da literatura infantil, Sophia escreveu também poesia, contos, artigos, ensaios e teatro. Traduziu Eurípedes, Shakespeare, Claudel, Dante e, para o francês, alguns poetas portugueses. A sua obra está traduzida em várias línguas e foi várias vezes premiada, tendo recebido, entre outros, o Prémio Camões 1999, o Prémio Poesia Max Jacob 2001 e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana – a primeira vez que um português venceu este prestigiado galardão.
Em termos cívicos, a escritora caracterizou-se por uma atitude interventiva, tendo denunciado activamente o regime salazarista e os seus seguidores. Apoiou a candidatura do general Humberto Delgado e fez parte dos movimentos católicos contra o antigo regime, tendo sido um dos subscritores da "Carta dos 101 Católicos" contra a Guerra Colonial e o apoio da Igreja Católica à política de Salazar. Foi ainda fundadora e membro da Comissão Nacional de Apoio aos Presos Políticos. Após o 25 de Abril, foi eleita para a Assembleia Constituinte, em 1975, pelo círculo do Porto, numa lista do Partido Socialista. Deu ainda o seu apoio à independência de Timor-Leste, consagrada em 2002.
Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu a 2 de Julho de 2004, em Lisboa. Dez anos depois, em 2014, foram-lhe concedidas honras de Estado e os seus restos mortais foram trasladados para o Panteão Nacional.
Quando se assinalam os 100 anos do nascimento de Sophia, são várias as comemorações que têm lugar um pouco por todo o País e que irão decorrer até ao final do ano.
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