Faleceu hoje, aos 89 anos de idade, o escritor, jornalista e professor universitário Urbano Tavares Rodrigues.

Natural de Lisboa, onde nasceu a 8 de Dezembro de 1923, passou a infância em Moura, no Baixo Alentejo, terra de origem da sua família de grandes proprietários agrícolas. De regresso a Lisboa, frequentou o Liceu Camões e licenciou-se na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, no curso de Filologia Românica.

Autor de uma vasta obra, onde se destaca o romance, a prosa poética, o conto e a poesia, tinha 61 anos de carreira literária. No início do passado mês de Julho, fez chegar à sua editora aquele que será o seu último livro, "Nenhuma Vida", a publicar ainda este ano. Como jornalista, trabalhou no "Diário de Notícias", no "Diário de Lisboa", "Artes e Letras", "Jornal do Comércio" e "O Século", entre outros.

Com forte ligação ao Partido Comunista Português, Urbano Tavares Rodrigues esteve preso em Caxias, durante a ditadura, e foi para um longo exílio em França. Em Paris, conheceu alguns dos intelectuais da década de 1950, como Albert Camus, de quem foi amigo.

Urbano Tavares Rodrigues tinha 2 filhos, sendo que o mais novo, António, tem apenas 7 anos. Para ele, o pai deixou uma carta que deverá ser lida quando tiver 10 anos... a mensagem dessa carta é a da tolerância.

Consagrado com vários prémios literários, era conhecido pelo seu sorriso e generosidade. Com o desaparecimento de Urbano Tavares Rodrigues, a literatura portuguesa perde uma das suas maiores vozes!