Cientistas portugueses desenvolvem vacina contra a malária
Miguel Prudêncio, do IMM
Bahtiyar Yilmaz e Miguel Soares, do IGC
Dois cientistas portugueses, Miguel Prudêncio e Miguel Soares, receberam bolsas de investigação no valor de 100 mil dólares (cerca de 72 mil euros), financiadas pela Fundação Bill e Melinda Gates, para o desenvolvimento de uma vacina contra a malária e para a estimulação da imunidade em crianças, a faixa etária que mais morre desta doença.
Miguel Prudêncio, do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa, e Miguel Soares, do Instituto Gulbenkian de Ciências (Oeiras), ficaram entre os 65 investigadores seleccionados pela Fundação, entre cerca de 2400 projectos que concorreram. A Fundação procura ideias inovadoras e revolucionárias para erradicar a malária, doença que é transmitida por um mosquito, mata cerca de um milhão de pessoas por ano e ameaça cerca de 40% da população mundial.
A equipa de cientistas do Instituto de Medicina Molecular, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, liderada por Miguel Prudêncio, vai desenvolver a vacina usando um parasita que infecta apenas roedores e não causa qualquer doença em seres humanos.
Para a outra equipa de cientistas portugueses, liderada por Miguel Soares, que trabalha no Instituto Gulbenkian de Ciência, a abordagem da malária é feita através do recurso a anticorpos contra a flora intestinal, produzidos naturalmente pelo corpo humano. A equipa está convencida que a maior incidência de malária grave nas crianças com menos de 5 anos se deve aos baixos níveis desses anticorpos.
Cada projecto tem de ser testado entre 6 meses e ano e meio e, se obtiver resultados positivos, a Fundação injecta fundos no valor de um milhão de dólares.