Para celebrar o Ano de Portugal no Brasil, o Canal Brasil faz um passeio pela 7ª arte portuguesa. Uma oportunidade para o público brasileiro poder conhecer algo do melhor que já foi feito e vem sendo produzido em Portugal, com direito a clássicos e títulos mais recentes.
Todas as 2ªs feiras, até 26 de Novembro, o canal de televisão brasileiro irá exibir filmes portugueses.
Kali - O Pequeno Vampiro, de Regina Pessoa
Assinada por Regina Pessoa, a animação – que fecha uma trilogia sobre a infância concebida pela cineasta, composta ainda por "Noite" (1999) e "História Trágica com Final Feliz" (2005) – retrata um rapaz um pouco diferente dos outros. Vivendo nas sombras e sem amigos, o vampiro Kali sonha ser aceite socialmente e encontrar um lugar ao sol. Assim como a lua – que passa por diferentes fases –, Kali tem de enfrentar os seus medos para, enfim, alcançar a luz.O título venceu o troféu RTP2 – Onda Curta no IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema Independente, além de ter recebido a menção honrosa no Prémio Pixel Bunker para a melhor curta-metragem portuguesa.
Fado do Homem Crescido, de Pedro Brito
Um homem sentado numa tasca recorda, depois de almoçar com um velho amigo que lhe deixa motivos concretos para isso, pequenas e médias histórias de uma infância passada num bairro popular de Lisboa. Enquanto se ouve fado surrealista, interpretado por António Zambujo e com música original de João Lucas, várias cenas do passado parecem comovê-lo, entristecê-lo e alegrá-lo, enfim, atormentá-lo. A experiência deixa-lhe um amargo de boca, mas não moralidade: é impossível crescer sem sacrificar a inocência.
Pickpocket, de João Figueira
João Figueira é o responsável por um filme que mistura ficção e documentário sem deixar o espectador ter absoluta certeza de qual género ele é representante. Em 2010, a produção conquistou o Prémio do Público no Faial Filmes Fest – Festival de Curtas das Ilhas, além de ter recebido menção especial no Prémio RTP2 – Onda Curta. Diante das câmaras, com imagens propositadamente turvas, um entrevistado anónimo discorre sobre as mudanças na cidade de Lisboa – como o aumento da dificuldade de se trabalhar como pickpocket ou "carteirista" – e as suas decepções com a passagem do tempo, além das alterações de uma paisagem que representava também a sua própria história.
Nuvem, de Basil da Cunha
Nuvem, rapaz com particular queda pela deambulação e o devaneio, vive no centro do bairro da lata crioulo de Lisboa. Nesse bairro com ares de pátio dos milagres, onde se cruzam velhos pescadores desdentados e rappers, tomam-no pelo tolo da aldeia. Com pouca inclinação para o trabalho, gosta da companhia dos cães e dos palhaços. Perante a indiferença da empregada de bar pela qual está apaixonado e o desdém dos seus pares, Nuvem vira-se para a busca do misterioso peixe-lua.