"La Coca", de J. Rentes de Carvalho
«Manuel Galeano - que sempre tivera o "contrabando no sangue" - desapareceu inesperadamente antes de um segundo encontro. O primeiro, em Amesterdão, fora uma conversa saborosa no bar de um hotel (memórias de juventude e certas confidências sobre o presente) e é o ponto de partida para uma longa evocação e uma viagem sentimental: cinco décadas de história do tráfico entre o Minho e a Galiza. Negócios de cigarros, uísque, barras de ouro, gado, café e,mais recentemente, a droga. Com a história seguem também os seus deliciosos protagonistas (Diogo Romano, El Min, Sito Miñanco, o Pardal, o Pepe Mustafá e o Laurestim), que compõem o imaginário pícaro da região que o autor revisita para lembrar a sua primeira idade adulta. Mais do que uma viagem nostálgica e autobiográfica, La Coca é uma investigação literária e um pequeno tratado sobre os mecanismos da memória. Um romance breve, profundamente irónico e terno. Com a escrita luminosa de J. Rentes de Carvalho.»
José Rentes de Carvalho é um escritor português que vive há mais de 50 anos na Holanda, onde a sua obra literária é bastante lida e admirada, até mesmo entre a família real holandesa. Inexplicavelmente, a obra deste escritor de 81 anos permaneceu praticamente desconhecida no seu próprio país até há pouco tempo. Em boa hora, a editora Quetzal resolveu reeditar a obra de Rentes de Carvalho em Portugal, tendo-se tornado rapidamente um sucesso literário. O romance La Coca foi editado na Holanda em 1994, e em Portugal em 2000, e transporta-nos à infância e juventude do autor, envolvendo-nos no misterioso mundo do contrabando entre o Minho e a Galiza, numa escrita irónica e muito prazenteira, marcas distintivas do autor. Foi um belo início do mundo literário de Rentes de Carvalho e que aguça a vontade para ler mais obras deste escritor português.
«J. Rentes de Carvalho nasceu em 1930, em Vila Nova de Gaia. Obrigado a abandonar o país por motivos políticos, viveu no Rio de Janeiro, em São Paulo, Nova Iorque e Paris, trabalhando para vários jornais. Em 1956 passou a viver em Amesterdão, onde se licenciou e foi docente de Literatura Portuguesa entre 1964 e 1988. Dedica-se, desde então, exclusivamente à escrita e a uma vasta colaboração em jornais portugueses, brasileiros, belgas e holandeses, além de várias revistas literárias. A sua extensa obra ficcional e cronística tem sido publicada na Holanda, e recebida com grande reconhecimento, quer por parte da crítica, quer por parte dos leitores em geral, chegando alguns títulos a alcançar o estatuto de best-seller. Os seus livros Ernestina, Com os Holandeses e A Amante Holandesa estão actualmente disponíveis na Quetzal, que continuará a publicar o conjunto das suas obras.»