Manuel António Pina ganha Prémio Camões
O escritor português Manuel António Pina é o vencedor da edição deste ano do Prémio Camões, o maior prémio literário de Língua Portuguesa, no valor de 100 mil euros.
Manuel António Pina, de 67 anos, é natural do Sabugal, na Beira Alta. Licenciado em Direito, foi jornalista e escreveu vários livros para crianças. Actualmente, é tradutor, professor e cronista no Jornal de Notícias e na revista Notícias Magazine. A sua obra está traduzida em vários países, como Espanha, Holanda, Rússia ou EUA. Jornalista durante várias décadas, estreia-se na poesia, em 1974, com o livro "Ainda não é o fim nem o princípio do Mundo, calma é apenas um pouco tarde". Em 1973, tinha já publicado o seu primeiro livro para crianças, "O País das pessoas de pernas para o ar". Manuel António Pina, reconhecido como um dos melhores cronistas de língua portuguesa, publicou dezenas de livros de poesia e de literatura para crianças, mas só em 2003 se aventurou na ficção para adultos, com "Os Papéis de K". O seu último livro de poemas, "Os Livros", lançado em 2003, venceu os prémios de poesia da Associação Portuguesa de Escritores e da Fundação Luís Miguel Nava. A peça de teatro "História do sábio fechado na sua bibiloteca", de 2009, é a sua última obra.
O Prémio Camões foi criado em 1989, pelos governos de Portugal e do Brasil, e é atribuído aos autores cuja obra tenha contribuído para a projecção e reconhecimento da língua portuguesa. Desde a sua criação, e contando já com o deste ano, o Prémio Camões foi atribuído a 23 autores: 10 portugueses, 9 brasileiros, 2 angolanos, 1 moçambicano e 1 cabo-verdiano. Os portugueses que já ganharam este prémio são: Miguel Torga (1989), Vergílio Ferreira (1992), José Saramago (1995), Eduardo Lourenço (1996), Sophia de Mello Breyner (1999), Eugénio de Andrade (2001), Maria Velho da Costa (2002), Agustina Bessa-Luís (2004) e António Lobo Antunes (2007).
O júri do Prémio Camões integrou dois jurados portugueses (a ensaísta e poetisa Rosa Martelo e o ensaísta e professor de literatura brasileira Abel Barros Baptista), dois brasileiros (o poeta António Carlos Secchim e a ficcionista Edla Van Steen) e ainda dois representantes dos países africanos de expressão portuguesa: a poetisa e ficcionista angolana Ana Paula Tavares e a ensaísta são-tomense Inocência Mata. Todos os jurados levavam nas suas listas o nome de Manuel António Pina e, em menos de 30 minutos, chegaram à decisão unânime na reunião que aconteceu, esta manhã, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Quando tomou conhecimento de que lhe tinha sido atribuído o Prémio Camões 2011, Manuel António Pina afirmou ao jornal Público que "é a coisa mais inesperada que poderia esperar" e acrescentou "que nem sabia que estava hoje a ser discutida a atribuição do prémio".