"Os Dias da Liberdade" é o novo álbum de Hélder Moutinho, um disco onde o fadista volta a contar com todas as letras escritas exclusivamente por João Monge, um dos mais relevantes poetas da música portuguesa dos últimos 40 anos.
Premiado nacionalmente, Monge tem o seu talento reflectido em muitas das grandes canções do panorama musical português. O álbum representa mais um encontro entre o poeta e o intérprete, consolidando uma relação de respeito e cumplicidade construída ao longo de múltiplas colaborações. Como o próprio João Monge afirma, Hélder Moutinho tem uma habilidade única para "ler" a sua escrita, interpretando a sua poesia com "todas as cores".
Após integrar o projecto Quinteto Lisboa, Hélder Moutinho continuou a colaborar com João Monge em várias obras marcantes. No álbum "1987", interpretou quatro temas. Mais tarde, em "O Manual do Coração", gravou pela primeira vez um disco totalmente dedicado às letras de Monge. Além disso, no espectáculo "A Voz e a Alma", ao lado da actriz Maria João Luís, interpretou todas as canções de uma peça teatral escrita pelo poeta.
Na sua escrita, Monge aborda uma ampla gama de temas, onde o amor e a intervenção social coexistem de forma natural e construtiva. Esse olhar crítico e sensível alinha-se com a visão artística que Hélder Moutinho tem defendido ao longo da sua carreira. "Os Dias da Liberdade" propõe uma reflexão sobre a vida, os seus valores e emoções, transportando-nos numa viagem imaginária onde se saboreiam a liberdade e a paz, questionando o nosso propósito no mundo.
Se, em "O Manual do Coração", os poemas foram exclusivamente musicados por compositores contemporâneos do poeta e do intérprete, neste novo álbum essa abordagem expande-se. Para além dos compositores contemporâneos, foram incluídos também autores de fados tradicionais, resultando numa fusão autêntica entre a nova poesia de Monge e as melodias clássicas do fado.
A concepção deste álbum teve um percurso singular. Antes de serem gravadas, a maioria das faixas foi ensaiada e interpretada ao vivo nas Casas de Fado onde Hélder Moutinho actua ou apresentadas em diversos espectáculos, amadurecendo até atingirem a forma ideal. As gravações decorreram em diferentes locais emblemáticos de Lisboa, como a Discoteca Lux, a Maria da Mouraria, a Tasca da Bela e os Estúdios Namouche.
Sinopse: Esta é a história da ascensão e queda de uma Corte iluminada pela presença de mulheres leitoras, amantes de livros, apaixonadas pela improvisação poética, cantoras afeiçoadas aos bailes, exímias dançarinas, mulheres cuja vida se compreende entre os reinados de Manuel I e Sebastião (1495-1578). Mulheres escritoras, rodopiando em salas, tocando alaúde, improvisando versos, dando conselhos a ministros e embaixadores, argumentando diante dos doutores, organizando a biblioteca das rainhas e princesas.
Influenciadas pela Itália renascentista, combateram a favor de uma religião do espírito, colocando no centro do debate a ascensão da mulher e a crítica do poder, o raciocínio sobre o amor e o desejo. Durante vinte anos, os salões animaram-se com os apaixonados, desesperados perante o comando feminino da literatura. Os poetas rastejaram, perderam olhos e braços, entraram para conventos, fugiram para a Ásia, soçobraram perante os desafios do amor, enquanto as mulheres envelheciam, condenadas a uma solidão imposta, fechando a mente e o corpo em salas cobertas de luto.
Mas enquanto a Corte das Mulheres existiu, brilharam a erudição de Joana Vaz, Públia Hortênsia de Castro e Luísa Sigeia, a música de Paula Vicente, o comportamento irónico e provocador de Francisca de Aragão e Guiomar de Blaesvelt, assim como os versos de Camões, Jorge de Montemor e Francisco de Morais, lidos por Cervantes, Lope de Vega e Shakespeare. Naquele tempo, os livros de amor gravitaram em torno da infanta Maria e da princesa Joana de Áustria, num exuberante mundo feminino prestes a nascer. O que aconteceu a esse século de ouro?
André Canhoto Costa nasceu em Oeiras, em 1978. Estudou na Universidade de Évora e concluiu a licenciatura na FCSH da Universidade Nova de Lisboa. Foi bolseiro no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e doutorou-se em História Económica no ISEG. Publicou vários livros, entre os quais Os Vícios dos Escritores (2017) e As Cinco Grandes Revoluções da História de Portugal (2019). Escreve para a revista LER e tem, desde 2017, uma rubrica semanal, Crónicas Portuguesas, na RDP Internacional. Escreveu um dos volumes da colecção Portugal, Uma Retrospetiva (Público/Tinta da China, 2019). A Quetzal publicou o seu romance Como Sobreviver depois da Morte (2024).
Elenco Principal: Matilde Breyner, Salvador Nery, Marta Gil, Valerie Braddell, Leonor Alcácer, Anabela Brígida, Sofia Aparício, Natalina José, Joaquim Nicolau, Bernardo Lobo Faria, Mauro Lopes, Mercês Borges, Martim Balsa
Sinopse: Lucinda Batanete (Matilde Breyner), vinte anos emigrada na Alemanha, está de regresso ao Samouco com os seus dois filhos, Carla (Mercês Borges) e Hugo (Martim Balsa). Os pais reformaram-se há muito e foram viver para Trás-os-Montes. Na vila natal de Lucinda continua a viver o irmão Toninho (Salvador Nery), agora agente da PSP, como o pai foi. Casou com Sandra (Marta Gil), cabeleireira, que ficou à frente do estabelecimento outrora de Fifi. Ficaram também com a casa dos pais Batanete que, a partir de agora, terão de partilhar com Lucinda.
Palmira (Valerie Braddell), tia dos dois, uma star retirada dos palcos, regressou com Lucinda ao Samouco, instalou-se na melhor casa da vila, mas não a quer partilhar. A janela da sua casa é o seu palco e daí comenta as actualidades do distrito, do país e do mundo. Num dia diz poesia, no dia seguinte insulta quem passa. Uma mulher livre, do seu tempo, com o dom da palavra e com uma paixão inveterada por seres humanos, em particular belos homens.
A tasca (ou café da Sociedade Filarmónica), agora gerida por Mary (Anabela Brígida), ex-mulher de Bruno, continua a ser, a par do mini-mercado, o centro nevrálgico da vila. Mary passa muito tempo na conversa com as suas amigas – Olga (Sofia Aparício), a dona do mini-mercado internacional e Eduarda (Natalina José), a assistente do médico - que, ali ou no mini-mercado, cortam na casaca e comentam as novidades samouquenses. Não suportam Viriato (Joaquim Nicolau), um homem sempre impecavelmente fardado de piloto aviador, com uma imaginação prodigiosa e grande carência afectiva. É o cliente número 1 da tasca que, hoje, considera o seu centro de operações.
Fábio (Bernardo Lobo Faria) é o empregado da tasca e marido de Mary. Foi um trato que fizeram, um acordo que não impede Fábio de amar Toninho, apesar deste não demonstrar sentimentos amorosos por ele. E, a propósito de sentimentos, há que dizer que Olga, que além de dona do mini-mercado é maestrina da banda, gosta de Toninho, que toca trombone, mas Carla está atenta.
Todos sofrem com falta de amor. Parece que esse nobre sentimento não se dá com o clima local que levou as mulheres samouquenses a apaixonar-se pelo Padre Jacinto (Mauro Lopes), um rapaz lindíssimo e muito tímido. Com o calor, elas atacam mais despudoradas e ele esconde-se onde pode, mas nunca está a salvo. Nem na escola, que continua a ser dirigida pela inefável professora Alice (Leonor Alcácer), a par com o Doutor Salzedas (Vítor Emanuel), uma das mais importantes figuras da localidade. Diz o ditado popular "quem canta seus males espanta" e é por isso que Alfredo, ajudante de Olga no mini-mercado, vai cantando o fado durante o horário de expediente para ver se alegra os clientes.
"Os Batanetes" estão de regresso à TVI, depois do episódio especial, exibido a 28 de Janeiro, que celebrou os 20 anos desde a estreia da série. Foi em 2004 que "Os Batanetes" estrearam na antena da TVI e deixaram o país inteiro às gargalhadas. A série foi exibida em 2004 e 2005 e regressa agora com um elenco renovado, que conta com apenas dois nomes da série original: Leonor Alcácer e Anabela Brígida.
Quartas, às 22h00, na TVI.
Helena Amaral nasceu em 1962. É mestre em Temas e Motivos Medievais na Literatura Portuguesa e Francesa dos séculos XIX e XX. Foi docente na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, subdirectora na Fundação Oriente e editora da revista Barata. Trabalha desde 1999 como guionista e argumentista.
Começamos o Rumos com uma visita ao Palácio Anjos, em Algés, onde fomos conhecer a "Escola Utópica de Tecnologia e Arte de Oeiras ", do artista Francisco Vidal. Um projecto arrojado e inovador onde a pintura, o desenho e a tecnologia se encontram para redefinir os limites do ensino e da própria experiência museológica.
Esta semana, Paula Cardoso conversou com Aylina da Costa, dirigente da Associação Bué Fixe, no espaço centenário dos Recreios da Amadora.
Seguimos até à freguesia da Amora, na Margem Sul do Tejo, onde se realizou o Workshop "Fundamentos do Hip-Hop", com a bailarina Solange Dias.
Na rubrica Páginas Soltas, lemos poesia e abrimos o livro "Sonhos Caminhantes", do cabo-verdiano José Luís Hopffer Almada.
E porque nem só nos livros vivem as criações literárias, seguimos com teatro e o espectáculo "Auto das Anfitriãs", montado a partir da obra de Luís de Camões.
Terminamos com a Gastronomia e a receita de Calulu de peixes com funge misto, à moda do Chef Chipi, criador do projecto culinário "Tempero do Chipi".
Sinopse: Quase 50 anos depois, um dos 23 militares do Agrupamento de Cavalaria de Bobonaro revisitou Timor com uma equipa da RTP.
Em Agosto de 1975, em pleno "Verão Quente" em Portugal, começava a guerra civil na então colónia de Timor, hoje Timor Leste. O golpe militar da UDT seguido do contragolpe da Fretilin precipitaram a fuga das autoridades portuguesas para a ilha de Ataúro.
Para trás, ficaram 23 militares metropolitanos do Agrupamento de Cavalaria de Bobonaro, próximo da fronteira com Timor Ocidental, indonésio. A estes militares, o então Governador Lemos Pires ordenou que abandonassem o quartel e fossem ter a uma praia onde seriam recolhidos por uma barcaça portuguesa. Mas, no caminho, sofreram uma emboscada da UDT e foram feitos prisioneiros.
Durante quase um ano permaneceram na ilha de Timor, a maior parte do tempo escondidos do lado ocidental pelas autoridades indonésias. Apanhados no impasse político criado pela invasão indonésia e pela formação em Díli de um governo não eleito e não reconhecido por Portugal, os 23 acabaram por se tornar reféns das novas autoridades timorenses. Só após grande pressão das famílias, inúmeras diligências e negociações secretas, foi possível a libertação dos militares de Bobonaro.
Quase 50 anos depois, um deles revisitou com uma equipa da RTP todos os locais onde por onde passou nessa aventura que acabou por ter um final feliz.
Um documentário, em 2 episódios, da jornalista Margarida Metello com imagem de Rodrigo Lobo, edição de Luís Vilar, pós-produção áudio de Rui Soares e produção de Gonçalo Silva.
É um trabalho contínuo, de esforço, adaptação e crescimento, manter uma marca viva. Reunimos algumas, aqui, para conversarmos sobre Marcas que Resistem, no próximo Sociedade Civil.