Música: Cat Pereira, Jon Cassidy, Mirza Radonjica, Meyrick de la Fuente
Letra: Cat Pereira
Intérprete: HENKA
HENKA é Catarina Pereira, uma portuguesa a viver em Londres desde 2010. Artista de som intenso e visual único, mistura a energia crua do industrial com a emoção do pop e rock contemporâneo. Com influências de Charli XCX, Nine Inch Nails e Bring Me the Horizon, as suas músicas criam atmosferas cinematográficas, que transportam o público para uma experiência poderosa e envolvente. O seu último single, "I’m a God", explora temas profundos com uma produção vibrante e emocional e já ganhou espaço em playlists oficiais da Apple Music. Recentemente, foi convidada para tocar no prestigioso Femme Festival, em Londres. Com colaborações em ascensão e a participação que se avizinha no Festival da Canção 2025, após ter sido escolhida através da livre submissão, HENKA promete impactar a cena musical com uma actuação incomparável.
Argumento: Rui Cardoso Martins e Fernando Vendrell (baseado na obra e vida de José Cardoso Pires)
Imagem: Hugo Azevedo
Música: Eduardo Raon
Produção: David&Golias
Elenco: Rui Morisson, Natália Luiza, Rafael Gomes, Ana Lopes, Soraia Chaves, Rui Luís Brás, Maria João Bastos, Rogério Samora, Manuel Coelho, Cleia Almeida, Hugo Mestre Amaro, Mário Bomba, Wagner Borges, João Brás, João Pedro Bénard, João Cachola, Cristóvão Campos, Iris Cayatte, João Craveiro, Miguel Damião, Pedro Diogo, António Fonseca, Diogo Freitas, Inês Sá Frias, Catarina Guerreiro, Pedro Lacerda, Luís Lucas, Sabri Lucas, Luís Mascarenhas, Margarida Moreira, Catarina Rolo Salgueiro, Francisco Sousa, Adelino Tavares, Raquel Rocha Vieira, Gonçalo Waddington
Sinopse: Uma incursão na vida e obra de um dos mais importantes escritores portugueses do século XX: José Cardoso Pires.
Aos 71 anos, José Cardoso Pires (Rui Morisson) sofre um acidente vascular cerebral, perdendo a capacidade de se relacionar com o mundo. Apesar de ser escritor, não reconhece as palavras e não consegue sequer articulá-las com nexo. Rodeado de vultos translúcidos com quem não é capaz de se comunicar, contempla, apático, a consternação de familiares e amigos.
A seu lado, permanece a sua mulher, Edite (Natália Luiza). Acompanhando-o na sua vida concreta, estendendo a mão como que para o escoltar através do labirinto da sua própria mente. Lugares, situações e personagens fundem-se numa mistura entre a vida real, a ficção e a sua memória, num mundo luminoso e quase sem sombras. No hemisfério direito do seu cérebro, como que vindo do "lobo da imaginação", surgem personagens surreais e fantásticas que enviam sinais misteriosos para que Cardoso Pires se volte a encontrar.
Do outro lado, no hemisfério esquerdo, encontra-se o "lobo da realidade" onde, esperançados que ele se reconheça novamente, familiares, médicos, pessoal hospitalar e doentes procuram, com perseverança, trazê-lo para a realidade. Todos parecem desafiar o famoso autor a escrever um novo livro que narre esta sua aventura contando uma "última história", a mais definitiva de toda a sua carreira, a da sua involuntária viagem pelo território das sombras brancas.
Este livro existe e intitula-se De Profundis, Valsa Lenta, de José Cardoso Pires. Ao regressar ao mundo dos cérebros vivos, após dobrar o meridiano da morte, o escritor afirmou: "Isto de alguém se recomeçar assim depois de nulo, é algo que deslumbra e ultrapassa."
José Cardoso Pires nasceu a 2 de Outubro de 1925, em São João do Peso, no concelho de Vila de Rei, na Beira Baixa. Filho de um oficial da marinha, ainda criança muda-se com os pais para Lisboa, cidade que abraçou e amou. Exerceu várias profissões, entre as quais, redactor de uma revista feminina, Eva, em finais dos anos 40. Em 1949, publica o seu primeiro livro, Os Caminheiros e Outros Contos, retirado de circulação pela censura. Nos princípios dos anos 50, foi detido pela PIDE depois da apreensão do seu livro de contos Histórias de Amor. Nos anos 60, foi membro da Sociedade Portuguesa de Escritores. Em 1963, publica Hóspede de Job, livro dedicado ao seu irmão, morto enquanto cumpria o serviço militar nos anos 50, e que lhe valeu o Prémio Camilo Castelo Branco em 1964; e O Delfim, em 1968. Em inícios dos anos 70, foi professor de Literatura Portuguesa e Brasileira em Inglaterra, no King's College da Universidade de Londres. Dois anos depois, já em Portugal, publica Dinossauro Excelentíssimo. Já nos anos 80, publica A Balada da Praia dos Cães, romance que lhe valeu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores e que foi alvo da realização de um filme, com o mesmo nome, de José Fonseca e Costa, em 1987. Neste mesmo ano publica Alexandra Alpha, obra que mereceu o Prémio Especial da Associação de Críticos de São Paulo, no Brasil. Em 1995, sofreu um acidente vascular cerebral que o levou a ficar algum tempo em estado de coma. Recuperado, publica, em 1997, a obra De Profundis, Valsa Lenta, pela qual recebeu dois prémios: Prémio D. Dinis e Prémio da Crítica, atribuído pela Associação Internacional de Críticos Literários; e Lisboa, Livro de Bordo. Entre os prémios já mencionados, recebeu também o Prémio Internacional União Latina (1991), o Astrolábio de Ouro do Prémio Internacional Último Novecento (1992) e o Prémio Pessoa (1997). Em 1998, sofreu outro acidente vascular cerebral, que viria a ser a causa da sua morte a 26 de Outubro, em Lisboa. Em Setembro desse mesmo ano, foi-lhe atribuído o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores. Foi autor de contos, romances, crónicas e ensaios (como em E Agora José?, 1977) e de peças de teatro (como O Render dos Heróis, 1960; e O Corpo Delito na Sala de Espelhos, 1980).