LETRAS LUSAS: "Piero Solidão", de Leonor Baldaque
Editora: Quetzal
Sinopse: O fio condutor desta história desenvolve-se depois de um encontro entre uma jovem, a arte de Piero della Francesca e um pintor de hoje, também chamado Piero - um homem que a narradora vê pela primeira vez num café, na esquina de uma praça, em Roma. Essa vida imaginária a três rapidamente se transforma numa dança de biografias sob o calor de Itália, em que não sabemos que personagem está a guiar-nos: se a melancolia vibrante da mulher, o misterioso pintor romano ou a figura longínqua e genial de Piero della Francesca (c. 1410-1492).
Revisitando a obra do pintor renascentista italiano, Leonor Baldaque sobrepõe a imagem do andarilho solitário que percorre as ruas de Itália, as «cidades quase imaginárias, ideais, do Renascimento», sobre as pegadas do mestre do século XV. Ao mesmo tempo, mostra-nos o percurso da «procura da beleza» de uma jovem pintora que passeia pelas vielas de Alfama, em Lisboa, personagem ao mesmo tempo intensa e evanescente que Leonor Baldaque interpretou em "A Religiosa Portuguesa", de Eugène Green.
Leonor Baldaque nasceu em 1978, no Porto. Actuou em vários filmes de Manoel de Oliveira (sobretudo). Estudou Música (violoncelo) e Literatura Inglesa no Porto e Teatro em Paris, antes de se fixar em Roma. Durante anos foi cronista da revista Ler. O seu romance de estreia, Vita, foi lançado pela Gallimard (escreve em francês), ao qual se seguiu Piero Solidão. O seu primeiro disco – em inglês – foi lançado este ano, 2024. Leonor Baldaque é neta da escritora Agustina Bessa-Luís (1922-2019).