Editora: Manuscrito

Sinopse: Entre 1933 e 1974, Portugal viveu sob um regime autoritário que influenciou profundamente a vida quotidiana da população. Na memória colectiva, perduram as lembranças da censura, da repressão política e do controlo ideológico. Mas como chegámos lá? E como era, de facto, o dia-a-dia de quem, na cidade ou no campo, viveu o Estado Novo?

A mulher era ensinada a ser casta. O homem, como chefe de família, devia ser respeitado e obedecido. A relação com os filhos era complexa e predominava, muitas vezes, a violência. A escolaridade fazia-se apenas para aprender a juntar as letras e a assinar o nome. O autor mais censurado foi José Vilhena, com um total de 29 títulos. O consumo de vinho era incentivado pelo próprio regime, ficando famosos slogans como «Beber vinho é dar de comer a um milhão de portugueses».

Era assim a vida em Portugal. Com recurso a uma extensa pesquisa e a testemunhos de quem viveu de facto a ditadura, a historiadora e investigadora Ana Sofia Ferreira apresenta-nos neste livro uma visão abrangente de como foi a vida durante o Estado Novo. No meio da fome, pobreza e repressão, uma mensagem de esperança: felizmente, houve quem continuasse a encontrar formas de luta contra as adversidades, forjasse formas de resistência e ousasse sonhar e lutar por um Portugal diferente.

As alegrias fugazes e as tristezas duradouras da complexa vida sob ditadura.

Ana Sofia Ferreira é professora auxiliar na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e investigadora integrada do Instituto de Sociologia da mesma universidade. É doutorada em História, na especialidade em História Contemporânea, pela Universidade Nova de Lisboa, com uma tese intitulada Luta Armada em Portugal (1970-1974). Tem desenvolvido trabalhos em torno dos temas da violência política, da oposição à ditadura, da esquerda radical e do papel das mulheres no processo revolucionário português. Entre as suas publicações, destacam-se La Izquierda Revolucionária en el Laberinto de la Revolución de los Clavele (Dykinson, 2021); As Esquerdas Radicais Ibéricas entre a Ditadura e a Democracia. Percursos Cruzados (Edições Colibri, 2020); Violência Política no Século XX - Um balanço (IHC/FCSH, 2018).

Português, nasceu em Angola e a vida profissional levou-o depois para Moçambique e, mais recentemente, para Cabo Verde. A escrita acompanhou-o nesta viagem onde África está sempre presente. No Mar de Letras desta semana, vamos estar à conversa com João Paulo Videira.

Um novo espaço artístico comunitário foi criado há três anos por Nuno Varela e alguns amigos. Está situado no Bairro do Armador, em Chelas, Lisboa, onde os jovens podem aprender a explorar o seu talento. Desde música, podcasts, bicicletas ou um projecto de restauro e pintura de sapatilhas, o Kriativu é uma iniciativa que pretende desconstruir estereótipos através das histórias locais. Chelas continua a ter nome e lugar e gente que entende as necessidades e desafios de quem aqui passa os dias.

É como uma casa comum, onde as pessoas de sentem acolhidas, protegidas e integradas. O CEPAC, Centro Padre Alves Correia, em Lisboa, é uma instituição sem fins lucrativos que presta apoio a pessoas imigrantes, em situação de vulnerabilidade. Aqui aprende-se português e utiliza-se o teatro como ponto de encontro para melhorar os níveis de confiança e auto-estima. O objectivo é construir um projecto de vida com o propósito de promover a integração digna de pessoas que escolhem Portugal como refúgio.