LETRAS LUSAS: "Pedro e Paula", de Helder Macedo
Editora: Presença
Sinopse: Portugal, segunda metade do século XX. Dois irmãos que não podiam ser mais diferentes, Pedro e Paula, são dois lados da mesma moeda: a metáfora de um país em profunda mudança.
Gémeos, Pedro e Paula nascem e vivem os primeiros anos das suas vidas num país em que as últimas décadas do colonialismo são o Portugal à beira da revolução. Os movimentos e os choques desses tempos, pré e pós-25 de Abril, encontram nos dois protagonistas um espelho fidelíssimo - e, parece, mitológico - que nos permite ver, personificadas, duas facções: Paula dá voz aos princípios revolucionários, caminhando em liberdade; Pedro inclina-se à direita, acomodado numa realidade burguesa.
Retrato da vida portuguesa até aos primeiros anos sem ditadura, história de família em que as tensões entre dois irmãos terão um desenlace que nada deve à palavra brutal, Pedro e Paula é um dos grandes romances da segunda metade do século XX português, uma experiência de leitura perversa e perturbadora, debaixo de claros-escuros cinematográficos.
Helder Macedo nasceu em 1935, na África do Sul, viveu em Moçambique até aos doze anos e em Portugal até 1959. Foi colaborador regular da BBC, de 1960 a 1971. Licenciou-se em Literatura e História e doutorou-se em Letras na Universidade de Londres, onde leccionou desde 1971 no King's College, tendo sido o Professor Catedrático de Português (Camoens Professor of Portuguese), de 1982 a 2004, e é actualmente Emeritus Professor of Portuguese. Foi Secretário de Estado da Cultura em Portugal (1979). A obra ficcional de Helder Macedo é considerada uma das mais originais da literatura lusa contemporânea. Uma escrita inovadora que está já a conquistar mercados internacionais. Recebeu, em 2018, o prémio literário D. Dinis pelo livro de ensaios Camões e Outros Contemporâneos.