CINE ESTREIA: "O Pior Homem de Londres", de Rodrigo Areias
Realização: Rodrigo Areias
Argumento: Eduardo Brito
Direcção Fotografia: Jorge Quintela
Música original: Samuel Martins Coelho
Produção: Leopardo Filmes, APM Produções, Alfama Films Production, Viva Devagar
Locais Filmagens: Porto, Matosinhos, Viana do Castelo, Alvarães
Elenco: Albano Jerónimo (Portugal), Eduard Ashley, Victoria Guerra (Portugal), Scott Coffey, Christian Vadim, Carmen Chaplin, Simon Paisley Day, Jean-François Palmer, João Pedro Vaz (Portugal), Tom Sheperd, Maya Booth (Portugal), Pedro Bastos (Portugal), Inês Gomes da Silva (Portugal), Lucas Elliot Eberl, Vítor Correia (Portugal), Marta Félix (Portugal), Cátia Cruz (Portugal), Marcello Urgeghe (Portugal), Nuno Vassouras (Portugal), Soren Hellerup, Pedro Bernardino (Portugal), Rita Lagarto (Portugal), Mafalda Banquart (Portugal), Alheli Guerrero (Portugal), Paulo Calatré (Portugal), Ana Cristina de Oliveira (Portugal), Edgar Morais (Portugal), Stella Brabetz (Portugal), Ivo Bastos (Portugal), Inês Filipe (Portugal), Jorge Pinto (Portugal), Vera Moura (Portugal), Mick Greer, Laurence Alliston-Greiner, Fábio Henrique (Portugal), Rodolfo Areias (Portugal), Isabel Castro (Portugal), José Nobre (Portugal), Francisca Neves (Portugal), Keven Santos (Portugal)
Sinopse: Inspirado em personagens históricas, "O Pior Homem de Londres" é um notável retrato do mundo dos pré-Rafaelitas, na era vitoriana. Grandes artistas, como Dante Gabriel Rossetti, Algernon Charles Swinburne e Elizabeth Siddal, que viveram e criaram numa atmosfera de liberdade, vício e amoralidade, e o famoso crítico John Ruskin… Entre eles, Charles Augustus Howell — o pior homem de Londres.
Na Londres da época vitoriana, por entre a comunidade artística e a conspiração política, movimenta-se um homem de espírito aventureiro e grande argúcia: Charles Augustus Howell (Albano Jerónimo), the Portugee, nascido no Porto de mãe portuguesa e pai inglês, agente de grandes artistas e negociador de arte, agente secreto e mestre na chantagem. Arthur Conan Doyle fê-lo personagem das histórias do detective Sherlock Holmes e apelidou-o de o pior homem de Londres.
Charles Augustus Howell nasceu no Porto, em 1840, filho de pai inglês e mãe portuguesa e notabilizou-se em Londres como secretário de John Ruskin, o mais influente crítico de arte do seu tempo, agente e modelo de Dante Gabriel Rossetti, exumador de Lizzie Siddal. Mas terá sido também mestre chantagista e falsificador de obras de arte. A história deste luso-britânico, a quem o escritor Arthur Conan Doyle chamou o pior homem de Londres, escreveu-se mais de rumores do que de factos.
Pouco se sabe das origens de Charles Augustus Howell. Terá nascido no Porto, em 1840, filho de pai inglês, Alfred Howell, e mãe portuguesa. Gabava-se das origens aristocráticas da sua ascendência portuguesa: a mãe, Henriqueta Amélia, seria descendente do Marquês de Pombal. Em Londres, onde chegou em 1857, sempre que o formalismo das circunstâncias o impunha, ostentava a cruz latina da Ordem Militar de Cristo, que dizia ser condecoração de família. Desconhece-se como se instalou e como ascendeu na cena artística da cidade. O que é certo é que, em 1864, era já secretário de John Ruskin. Tempos mais tarde, tornou-se agente de Dante Gabriel Rossetti, de quem foi modelo, primeiro, e de quem mandou falsificar quadros, depois. Secretariou Whistler, privou com Ford Maddox Brown. Terá chantageado figuras ilustres da alta esfera londrina – consta-se que pela aquisição de cartas comprometedoras, que destruía a troco de avultadas somas de dinheiro. A figura e métodos de Howell são, por si só, uma emanação de um vilão perfeito, cuja saída de cena parece ser uma obra maior da construção da sua vilanagem: as notícias da sua morte dão-no como morto em Abril de 1890 à saída de um prostíbulo, em Chelsea, com a garganta cortada e uma moeda de dez xelins na boca, código para quem fala por dinheiro. No entanto, a certidão de óbito, emitida pelo hospital que o acolheu, refere a tuberculose como causa da morte. Facto conhecido: Howell já por mais do que uma vez simulara a sua própria morte.
Rodrigo Areias nasceu em Guimarães, em 1978. Estudou Gestão na Universidade Católica Portuguesa e licenciou-se em Som e Imagem na Escola das Artes. Especializou-se em Realização na Tisch School of Arts da NYU e frequentou o "Production Eurodoc Program" e o "Venice Biennalle College". Iniciou a sua vida profissional como músico e produtor musical na label Garagem e, no cinema, como Sound Designer de realizadores como Paulo Rocha e Edgar Pêra. No início da sua carreira, desenvolveu trabalhos criativos em ficção e documentário, videoarte e videoclips para algumas das melhores bandas do panorama rock português (The Legendary Tigerman, WrayGunn, Mão Morta, Sean Riley and the Slow Riders, etc. ...). Realizou longas-metragens e várias curtas, premiadas em mais de 40 festivais, incluindo Karlovy Vary, com a sua longa-metragem Estrada de Palha. O documentário Hálito Azul estreou-se em Locarno no FF First Look e venceu os Festivais de Ismailia, Pristina e Kalajoki. Desde 2001, já produziu e co-produziu mais de 150 curtas e longas-metragens: ficção, documentário e animação, de realizadores internacionais como FJ Ossang, Gabe Klinger, Teddy Williams, Lois Patiño e Matias Piñeiro, e dos portugueses Edgar Pêra, João Canijo, Ana Rocha de Sousa e André Gil Mata. Como produtor, ganhou um Leão de Ouro em Veneza e um Leopardo de Ouro em Locarno. As suas produções estrearam-se nos mais importantes festivais internacionais de cinema: Cannes, Berlim, Veneza, Roterdão, Locarno, Clermont-Ferrand e Annecy. Foi responsável pela produção cinematográfica de Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012 e produziu filmes de Jean-Luc Godard, Aki Kaurismaki, Peter Greenaway, Manoel de Oliveira, Pedro Costa e Victor Erice, entre muitos outros.
Filmografia:
O Pior Homem de Londres (2024)
A Arte da Memória (doc., 2023)
Surdina (2020)
Hálito Azul (doc., 2019)
Ornamento & Crime (2017)
Na Memória do Presente (documentário, 2015)
O Guardador (curta-metragem, 2015)
Cinema (curta-metragem, 2014)
1960 (documentário, 2013)
Estrada de Palha (2012)
Domesticada (curta-metragem, 2011)
Golias (curta-metragem, 2010)
Corrente (curta-metragem, 2008)
Tebas (2007)
D. Afonso Henriques (telefilme documental, 2007)
Tempo Suspenso/Explosão Introspectiva (curta-metragem, 2003)
Encados (curta-metragem, 2001)