Editora: Levoir
Argumento: Pedro Vieira de Moura
Ilustrações: Susa Monteiro
Sinopse: Publicado apenas um ano antes da morte do autor, Mensagem é o mais célebre dos livros de Fernando Pessoa.
A obra trata do glorioso passado de Portugal de forma apologética e tenta encontrar um sentido para a antiga grandeza e a decadência existente na época em que o livro foi escrito. Glorifica acima de tudo o estilo camoniano e o valor simbólico dos heróis do passado, como os Descobrimentos portugueses. É apontando as virtudes portuguesas que Fernando Pessoa acredita que o país se deva regenerar, ou seja, tornar-se grande como foi no passado através da valorização cultural da nação.
O poema mais famoso do livro é Mar Português. Contém 44 poemas agrupados em 3 partes, representando as três etapas do Império Português: Nascimento, Realização e Morte, seguida de um Renascimento.
Fernando Pessoa é um dos maiores génios poéticos de toda a nossa literatura, conhecido mundialmente. A sua poesia acabou por ser decisiva na evolução de toda a produção poética portuguesa do século XX. Se nele é ainda notória a herança simbolista, Pessoa foi mais longe, não só quanto à criação (e invenção) de novas tentativas artísticas e literárias, mas também no que respeita ao esforço de teorização e de crítica literária. É um poeta universal, na medida em que nos foi dando, mesmo com contradições, uma visão simultaneamente múltipla e unitária da vida. É precisamente nesta tentativa de olhar o mundo duma forma múltipla (com um forte substrato de filosofia racionalista e mesmo de influência oriental) que reside uma explicação plausível para ter criado os célebres heterónimos – Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, sem contarmos ainda com o semi-heterónimo Bernardo Soares.
Fernando Pessoa nasceu em Lisboa em 1888 (onde virá a falecer) e, aos 7 anos, partiu para a África do Sul com a sua mãe e o padrasto, que foi cônsul em Durban. Aqui fez os estudos secundários, obtendo resultados brilhantes. Em fins de 1903, faz o exame de admissão à Universidade do Cabo. Com esta idade (15 anos) é já surpreendente a variedade das suas leituras literárias e filosóficas. Em 1905 regressa definitivamente a Portugal; no ano seguinte matricula-se, em Lisboa, no Curso Superior de Letras, mas abandona-o em 1907. Decide depois trabalhar como «correspondente estrangeiro». Em 1912 estreia-se na revista A Águia com artigos de natureza ensaística. 1914 é o ano da criação dos três conhecidos heterónimos e, em 1915, lança, com Mário de Sá-Carneiro, José de Almada Negreiros e outros, a revista Orpheu, que dá origem ao Modernismo. Entre a fundação de algumas revistas, a colaboração poética noutras, a publicação de alguns opúsculos e o discreto convívio com amigos, divide-se a vida pública e literária deste poeta. Pessoa marcou profundamente o movimento modernista português, quer pela produção teórica em torno do sensacionismo, quer pelo arrojo vanguardista de algumas das suas poesias, quer ainda pela animação que imprimiu à revista Orpheu (1915). No entanto, quase toda a sua vida decorreu no anonimato. Quando morreu, em 1935, publicara apenas um livro em português, Mensagem (no qual exprime poeticamente a sua visão mítica e nacionalista de Portugal), e deixou a sua famosa arca recheada de milhares de textos inéditos.
Pedro Vieira de Moura é natural de Lisboa. É professor na Escola Superior Artística do Porto, extensão de Guimarães, nos cursos de Licenciatura em Banda Desenhada/Ilustração e Grafismo Multimédia e de Mestrado em Ilustração e Animação Digital (com as unidades curriculares de História e Abordagem da Banda Desenhada e Ilustração, Panorama Actual da Banda Desenhada e Ilustração em Portugal, Ilustração Contemporânea, Argumento e Estruturas Narrativas); no C.E.T. de Ilustração Gráfica da Escola Superior de Artes e Design (IPL), nas Caldas da Rainha (com as Unidades de História Aplicada das Técnicas da Ilustração, Métodos de Narrativa Gráfica e Argumento); no Centro de Investigação e de Estudos Arte e Multimédia, ministrado na FBAUL, com o Curso Livre de História da Ilustração e de Banda Desenhada; e no Ar.Co (em Argumento e matérias teóricas). Relacionado com estas áreas, já fez traduções, comissariou exposições, apoiou edições, etc. É ainda editor da Montesinos, editora independente que inclui trabalhos de banda desenhada e ilustração. Tem uma contínua actividade como crítico académico no blog lerbd.
Susa Monteiro nasceu em 1979, em Beja, onde vive actualmente. Estudou Realização Plástica do Espectáculo, na Escola Superior de Teatro e Cinema, e Cinema de Animação, no Centro de Imagem e Técnicas Narrativas do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão/Fundação Calouste Gulbenkian, tendo trabalhado em teatro e cinema até 2005 (ano em que é inaugurada a Bedeteca de Beja e se realiza a 1.ª edição do Festival de Banda Desenhada, com os quais passa a colaborar). Desde então, dedica-se exclusivamente à ilustração e à banda desenhada. Tem ilustrado para livros, cartazes e para vários jornais e revistas portugueses (Visão, Público, Diário do Alentejo, entre outros), e expõe individual e colectivamente, um pouco por todo o lado. É voluntária da associação Cantinho dos Animais de Beja, desde 2009. Susa Monteiro ilustrou o livro Azeredo Perdigão. Um Encontro Feliz, da colecção Grandes Vidas Portuguesas, uma co-edição Pato Lógico/Imprensa Nacional. É também autora de Beja, da colecção A Minha Cidade, e de Sonho, da colecção Imagens Que Contam. É também ilustradora do livro Rainha dos Ares. A Águia-Imperial-Ibérica, publicado pela Imprensa Nacional e pelo Museu Casa da Moeda.