NOVO ÁLBUM: "Terra que Vale o Céu" - Ricardo Ribeiro
Ricardo Ribeiro está de regresso ao Seu Fado. Este é assim um acontecimento muito aguardado pelos seus seguidores já que desde 2016, altura em que lançou "Hoje É Assim Amanhã Não Sei", que tal não acontecia. Em "Respeitosa Mente", de 2019, o seu último álbum, encontramos o arista explorando outras sonoridades do Mundo, na companhia de João Paulo Esteves Da Silva e de Jarrod Cagwin.
E o que nos apresenta Ricardo Ribeiro nesta sua nova edição?
Aproveitámos as palavras sempre certas de Rui Vieira Nery, e do próprio Ricardo Ribeiro, para entrarmos neste "Terra Que Vale O Céu".
"Ricardo Ribeiro convida-nos neste novo álbum a regressarmos com ele às raízes mais profundas da tradição fadista, ainda que iluminadas agora por um percurso pessoal de amadurecimento e descoberta que o fez passar por outras músicas do Sul que cantam também a paixão, a perda, a solidão e a dor. É por isso que o seu fado é cada vez mais um fado antigo que sabe a novo, mas ao mesmo tempo um fado novo que sabe a antigo. É um testemunho simultâneo de continuidade e modernidade, com a marca única de uma voz e de um canto inconfundíveis, a abrir o terceiro século da história do Fado com a consciência sábia do passado e os olhos abertos para o presente e para o futuro." (Rui Vieira Nery)
"Terra Que Vale O Céu é um disco de Fados nascido Além-Tejo e inspirado pelo sul. Não posso fugir de mim, do meu mundo de dentro voltado para o Mediterrâneo e para o Oriente, e este Terra Que Vale O Céu, sendo de Fados, reúne todo esse vasto mundo de influências meridionais. Quando vou escavando "a terra do meu peito", descubro sentimentos vários do passado e do presente que canto de forma livre e sempre com vontade de ir mais fundo e não mais longe. Fados como o Acácio, o Azenha, o Franklim, são algumas das melodias preciosas da história do Fado que gravei neste disco, criando um novo estilo interpretativo. O Fernando Tordo, a Amélia Muge, a Maria do Rosário Pedreira, o Nuno Júdice ou a Carminho deram os seus versos, as suas melodias para poder lavrar e elevar este Terra Que Vale O Céu.
Cantar estes versos de Gil Vicente, do seu Auto Pastoril de 1523, é ter o privilégio de sentir que "o som que se constitui como letra é uma modalidade da luz".
Tirai os olhos de mim
Minha vida e meu descanso
Que me estais namorando
Tirai os olhos de mim
Tronco e Raiz, Vira-Voltas, Se Me Deixares e El Kiko de Diana são composições minhas, que desta vez são para a alegria, para a esperança, para a graça e para o meu filho Francisco. O José Manuel Neto, o Carlos Manuel Proença, o Daniel Pinto, o Jarrod Cagwin e o Ricardo Dias contribuíram para que a paisagem sonora fosse ora calma ora agreste, ora clara ora escura, como a natureza de todas as coisas vividas no meu cantar…
Terra Que Vale O Céu são páginas íntimas do que vou vivendo e sonhando. (Ricardo Ribeiro)