LETRAS LUSAS: "Peregrinação", de Fernão Mendes Pinto
Editora: Assírio & Alvim
Sinopse: «A mais apaixonante e a mais bela obra romanesca do seu século.» (Adolfo Casais Monteiro)
Peregrinação é, seguramente, um dos grandes clássicos da literatura de viagens. Uma obra de tal modo importante que cristalizou, no panteão dos vultos estelares do cânone universal, o nome de Fernão Mendes Pinto, uma das figuras mais extraordinárias de toda a nossa literatura. Editada em 1614, tornou-se logo num sucesso editorial notável, sendo ainda hoje um dos livros portugueses mais traduzidos no mundo. E o caso não é para menos: trata-se de um relato excepcional não apenas pelo seu inegável merecimento literário, mas também por constituir um documento histórico de incalculável valor para se conhecer a vida e os costumes dos povos orientais no século XVI, bem como os meandros da presença portuguesa na Ásia, descrita sem condescendências por Fernão Mendes Pinto.
Fernão Mendes Pinto nasceu em Montemor-o-Velho, em data incerta (entre 1509-14), e faleceu perto de Almada, a 8 de Julho de 1583. Oriundo de uma família sem recursos, e marcado por um forte espírito aventureiro, embarca, em 1537, numa armada composta por cinco naus e capitaneada por D. Pedro da Silva, rumo à Índia. Começam então as suas incríveis aventuras, repletas de peripécias, por geografias diversas. Ao longo dessa jornada será um pouco de tudo: soldado, escravo, corsário, etnólogo avant la lettre ou diplomata. Regressa definitivamente a Portugal em Setembro de 1558 e, na década de 60, estabelece-se numa quinta em Almada, onde começará a redigir as suas memórias aventurosas sob o título Peregrinação, publicadas postumamente.