LETRAS LUSAS: "Toda a Prosa", de Manuel Alegre
Editora: D. Quixote
Sinopse: «De um lado estão as coisas vividas - infância, adolescência, juventude coimbrã, incorporação no exército - Mafra e Açores (primeira forma de desterro), depois Angola - Guerra Colonial e prisão em Luanda, exílio (Paris e Argel), regresso a Portugal a seguir ao 25 de Abril, exercício de funções diversas em democracia. Do outro lado está a escrita, o princípio ficcional que tudo transfigura e integra, de acordo com vertentes que se encontram também na poesia e na restante obra; na prosa, com efeito, reconhecem-se episódios narrados e entre si articulados, dando lugar em simultâneo à representação do tempo histórico e à criação de uma figura protagonista, crescendo da infância (Alma, O Miúdo que Pregava Pregos numa Tábua) para a adolescência e a juventude (A Terceira Rosa), e depois para a Guerra Colonial, a prisão e o exílio (Jornada de África, Tentação do Norte). Os textos mais curtos, contos ou novelas, desenvolvem margens daqueles núcleos, complementando-os.» (Do prefácio da Professora Paula Morão)
Manuel Alegre nasceu em Águeda, a 12 de Maio de 1936. Estudou em Lisboa, no Porto e na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Foi campeão de natação e actor do Teatro Universitário da Cidade de Coimbra (TEUC). Em 1961 é mobilizado para Angola onde participa num movimento de resistência no interior das Forças Armadas e numa tentativa de revolta militar. Preso pela PIDE, passará seis meses na fortaleza de S. Paulo, em Luanda, onde encontra Luandino Vieira. Ali escreve grande parte dos poemas do seu primeiro livro, "Praça da Canção" (1965). No início de 1964 volta a Coimbra, mas a perseguição policial obriga-o à clandestinidade e à emigração. Em Outubro de 1964, é eleito membro do Comité Nacional da Frente Patriótica de Libertação Nacional e passa a trabalhar em Argel na emissora "Voz da Liberdade". Regressa a Portugal após o 25 de Abril de 1974. Deputado pelo Partido Socialista e vice-presidente da Assembleia da República. É autor de uma vasta obra literária que inclui poesia, ficção, crónicas, ensaios, discursos políticos e também literatura infantil. Vários dos seus poemas foram cantados por grandes nomes da música portuguesa, como Amália Rodrigues ou Adriano Correia de Oliveira. Em 2017, recebeu o Prémio Camões, o mais importante galardão da Língua Portuguesa.