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30
Ago22

LETRAS LUSAS: "Apoteose dos Mártires", de Mário Cláudio

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Editora: Dom Quixote

 

Sinopse: Em 1638, e já no ocaso do Império Português, Tomás Rodrigues da Cunha, pequeno fidalgo e militar, natural do Minho, e Pierre Berthelot, piloto-mor e cosmógrafo, oriundo da Normandia (França), rumaram à Ilha de Sumatra, no Índico.

Integravam a embaixada que se propunha firmar um tratado de aliança com o sultão de Achém e, sendo os dois na ocasião carmelitas descalços do convento de Goa, movia-os esse espírito insólito, de entrega e sacrifício, inspirador dos mártires de todas as épocas.

As aventuras que viveram, nas quais o amor profano nem sempre se distinguiria do sagrado, constituem verso e reverso de uma só medalha, cunhada na miséria da guerra, na exaltação da alma, e na partilha da Terra. Como outros, de ontem, de hoje e amanhã, apostaram na glória da condição humana, tornando-se dignos do festejo do sangue generosamente derramado.

Quanto ao luminoso trajecto que executaram, e que nenhum livro até agora descreveu, o presente autor acredita que nestas páginas ficarão o comovido tributo e o registo possível.

 

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Mário Cláudio, de nome verdadeiro Rui Manuel Pinto Barbot Costa, nasceu a 6 de Novembro de 1941, no Porto. Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, onde se diplomou também como bibliotecário-arquivista, e Master of Arts em Biblioteconomia e Ciências Documentais pelo University College de Londres, revelou-se como poeta com o volume Ciclo de Cypris (1969). Tradutor de autores como William Beckford, Odysseus Elytis, Nikos Gatsos e Virginia Woolf, foi, porém, como ficcionista que mais se afirmou. Publicou com o nome próprio um Estudo do Analfabetismo em Portugal, obra que reúne a sua tese de mestrado e uma comunicação apresentada no 6.° Encontro de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas Portugueses, em 1978. Colaborador em várias publicações periódicas, como Loreto 13Colóquio/LetrasDiário de LisboaVérticeJornal de Letras Artes e IdeiasO Jornal, entre outros, foi considerado pela crítica, desde a publicação de obras como Um Verão Assim, um autor para quem o verso e a prosa constituem modalidades intercambiáveis, detendo características comuns como a opacidade, a musicalidade e a ruptura sintática, subvertendo a linearidade da leitura por uma escrita construída como "labirinto em espiral". A obra de Mário Cláudio apresenta uma faceta de investigador e de bibliófilo que, encontrando continuidade na sua actividade profissional, inscreve eruditamente cada um dos livros numa herança cultural e literária, portuguesa ou universal. Dir-se-ia que a sua escrita, seja romanesca, seja em colectâneas de pequenas narrativas (Itinerários, 1993), funciona como um espelho que devolve a cada período a sua imagem, perspectivada através de um rosto ou de um local, em que o próprio autor se reflecte, e isto sem a preocupação de qualquer tipo de realismo, mas num todo difuso e compósito, capaz de evocar o sentido ou o tom de uma época que concorre ainda para formar a época presente. Mário Cláudio recebeu, em 1985, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores por Amadeo (1984), o primeiro romance de um conjunto posteriormente intitulado Trilogia da Mão (1993); em 2001 recebeu o Prémio Novela da mesma associação pelo livro A Cidade no Bolso e, em Dezembro de 2004, foi distinguido com o Prémio Pessoa. Para além das obras já mencionadas, são também da sua autoria GuilherminaA Quinta das Virtudes,Tocata para Dois Clarins,O Pórtico da GlóriaPeregrinação de Barnabé das ÍndiasUrsamaiorOrionAmadeoGémeosTriunfo do Amor Português, Tiago Veiga, Retrato de Rapaz, O Fotógrafo e a Rapariga, Os Naufrágios de Camões ou Trilogia das Constelações, entre muitas outras. O autor tem também trabalhos publicados na área da poesia (como Ciclo de CyprisTerra Sigillata Dois Equinócios), dos ensaios (Para o Estudo do Alfabetismo e da Relutância à Leitura em Portugal, entre outros), do teatro (por exemplo,O Estranho Caso do Trapezista Azul) e da literatura juvenil (A Bruxa, o Poeta e o Anjo).

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