Editora: Relógio d'Água
Texto: Gonçalo M. Tavares
Desenhos: Julião Sarmento
Sinopse: «Julião fez desenhos inéditos a partir dos meus escritos, incluindo quase sempre, nesses desenhos, frases retiradas desses textos. É esse livro que aqui está, com o título e a organização que os dois acertámos em conjunto: A Pedra e o Desenho.» (Da Breve Nota Inicial)
"Elegante maneira de não esquecer o que já fizeste. Para abrir, é necessário usar luvas ou lentidão. Quem abrir a grande velocidade uma das cinco gavetas tranquilas deverá ser amaldiçoado, pois a forma dos objectos deve determinar moralmente a velocidade sensata dos teus gestos. Um segundo mais rápido, um desacerto mínimo, e serás fulminado por um raio."
Gonçalo M. Tavares nasceu em 1970, em Angola. A família regressou a Portugal quando era criança e passou a infância em Aveiro. Desde 2001 publicou livros em diferentes géneros literários e está a ser traduzido em mais de 50 países. Os seus livros receberam vários prémios em Portugal e no estrangeiro. Com Aprender a rezar na Era da Técnica recebeu o Prix du Meuilleur Livre Étranger 2010 (França), prémio atribuído antes a Robert Musil, Orhan Pamuk, John Updike, Philip Roth, Gabriel García Márquez, Salman Rushdie, Elias Canetti, entre outros. Alguns outros prémios internacionais: Prémio Portugal Telecom 2007 e 2011 (Brasil), Prémio Internazionale Trieste 2008 (Itália), Prémio Belgrado 2009 (Sérvia), Grand Prix Littéraire du Web – Culture 2010 (França), Prix Littéraire Européen 2011 (França). Foi também por diferentes vezes finalista do Prix Médicis e Prix Femina. Uma Viagem à Índia recebeu, entre outros, o Grande Prémio de Romance e Novela APE 2011. Os seus livros deram origem, em diferentes países, a peças de teatro, dança, peças radiofónicas, curtas-metragens e objectos de artes plásticas, dança, vídeos de arte, ópera, performances, projectos de arquitetura, teses académicas, etc.
Julião Sarmento nasceu em Lisboa, em 1948. Estudou Pintura e Arquitectura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Foi um artista interdisciplinar e, ao longo da sua carreira, trabalhou nos mais diversos suportes: pintura, desenho, escultura, fotografia, cinema, vídeo, performance, som e instalação. Desenvolveu vários projectos específicos de locais significativos e teve inúmeras exposições individuais e colectivas em todo o mundo nas últimas cinco décadas. Representou Portugal na 46.ª Bienal de Veneza (1997). Foi incluído na Documenta 7 (1982) e na Documenta 8 (1987), na Bienal de Veneza (1980 e 2001) e na Bienal de São Paulo, em 2002. O seu trabalho está representado em muitas colecções públicas e privadas na América do Norte e do Sul, Europa e Japão. Com um percurso multifacetado, Julião Sarmento foi um dos artistas portugueses com maior projecção internacional. Faleceu a 4 de Maio de 2021, aos 72 anos.