LETRAS LUSAS: "Comboio na Duna", de Silvério Manata

Editora: Gradiva
Sinopse: Comboio na Duna tem como cenário o último quartel do séc. XIX de uma pequena vila da região da Gândara, que serviu também de pano de fundo à ficção de Carlos de Oliveira. Na esteira do entusiamo regenerador que rasgou o país de estradas e caminhos-de-ferro, também ali o comboio, de investimento privado, sulcou o litoral gandarês, chegando aos palheiros de uma mancheia de pescadores da arte xávega.
Assumindo-se como a solução para o problema económico, social e político daquelas areolas esquecidas, o comboio, que transportaria o peixe e o moliço da Ria, haveria de as arrancar ao isolamento. As vozes neste romance dão conta das peripécias do cavalo a vapor pintando simultaneamente os quadros rurais da época que, por sua vez, se vão encaixando no enredo. Sendo este microcosmos ficcionado a imagem de Portugal, ganham relevo as vozes do carreiro e do almocreve por simbolizarem o atraso do país.

Silvério Manata nasceu em 1959, em Carapelhos (Mira), em terras da Gândara, onde cresceu até concluir, na Universidade de Coimbra, o curso de Línguas e Literaturas Modernas. Foi professor do ensino secundário até 1993, ano em que optou definitivamente pela actividade empresarial. Em 2016, a Gradiva publicou, do mesmo autor, A Bicicleta do Ourives Ambulante (romance).


