LETRAS LUSAS: "As Pessoas Invisíveis", de José Carlos Barros
Editora: LeYa
Sinopse: Em 1980, é encontrado em Berlim um caderno que relata a descoberta, em terras portuguesas, de uma jazida de ouro, segredo que levará o leitor aos anos da Segunda Guerra Mundial, à exploração de volfrâmio e à improvável amizade de um engenheiro alemão com o jovem Xavier Sarmiento, que descobre ter o dom de curar e se fascina com a ideia de poder. É a sua história, de curandeiro e mágico a temido chefe das milícias, que acompanharemos ao longo do romance, assistindo às suas curas e milagres, bem como aos amores clandestinos e à fuga intempestiva para África.
Percorrendo episódios da vida portuguesa ao longo de cinco décadas - das movimentações na raia transmontana durante a Guerra Civil de Espanha à morte de Francisco Sá Carneiro -, As Pessoas Invisíveis é também a revisitação de um dos eventos mais trágicos e menos conhecidos da nossa História colonial: o massacre de um grande número de nativos forros, mostrando como o fim legal da escravatura precedeu, em muitas dezenas de anos, a sua efectiva abolição.
Entre realismo e magia, poder e invisibilidade, ignomínia e sobressalto, o presente romance, de uma maturidade literária exemplar, foi o vencedor do Prémio LeYa em 2021.
José Carlos Barros nasceu em Boticas, em 1963. É licenciado em Arquitectura Paisagista pela Universidade de Évora e vive em Vila Nova de Cacela, no Algarve. A sua actividade profissional tem sido exercida nos domínios do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza. Foi director do Parque Natural da Ria Formosa. É autor, entre outros, dos livros de poesia Uma Abstracção Inútil, Todos os Náufragos, Teoria do Esquecimento, Pequenas Depressões (com Otília Monteiro Fernandes) e As Leis do Povoamento (editado também em castelhano). Com Sete Epígonos de Tebas venceu o Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama 2009. Em 2003, estreou-se na prosa com O Dia em Que o Mar Desapareceu. Venceu vários prémios literários (com destaque para o Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama, que lhe foi atribuído duas vezes) e os seus textos poéticos estão publicados em vários países. O Prazer e o Tédio foi o seu primeiro romance, seguido de Um Amigo Para o Inverno, com o qual foi finalista do Prémio LeYa em 2012. Os seus livros mais recentes (poesia) são os seguintes: O Uso dos Venenos; A Educação das Crianças; Estação – Os Poemas do DN Jovem, 1984-1989; e Penélope Escreve a Ulisses.