LETRAS LUSAS: "Os Retornados de Xangai", de António Caeiro
Editora: Tinta-da-China
Sinopse: Uma enorme comunidade que se estabeleceu em Xangai, em meados do século XIX, e marcou a história da China moderna.
Mais de duas décadas antes de Portugal perder o seu império colonial, milhares de portugueses tiveram de abandonar a terra onde nasceram e onde esperavam continuar a viver. Mas, ao contrário dos retornados de África, os de Xangai não tinham uma metrópole para a qual voltar e muitos nem sequer falavam português.
«Euro-asiáticos», «filhos de Macau» ou «luso-orientais», foram dos primeiros estrangeiros a estabelecer-se em Xangai, em meados do século XIX, e, durante os cem anos seguintes, constituíram uma das suas maiores comunidades. Viveram os efeitos da Guerra do Ópio, a queda de uma monarquia multimilenar, a ocupação japonesa, uma longa guerra civil, que terminou com a vitória do Partido Comunista em 1949, e a seguir voltaram a partir. Contribuíram para transformar a cidade numa grande metrópole internacional e, depois de terem saído, ajudaram a perpetuar o fascínio em torno da mítica Xangai dos anos 20 e 30.
António Caeiro nasceu em Moscavide (Loures), em 1949, filho de pais algarvios. Começou a trabalhar aos 16 anos, numa companhia de seguros. No dia 25 de Abril de 1974, estava em Paris, exilado. Jornalista profissional desde 1975, com experiência na imprensa escrita e na rádio. Ingressou, em 1978, na agência noticiosa portuguesa ANOP, antecessora da Lusa, onde trabalhou até ao Verão de 2015. Foi correspondente em Cabo Verde (dois anos) e depois em Pequim (China), onde viveu 19 anos. Colabora regularmente com o semanário Expresso. É autor de três livros sobre temas chineses: Pela China Dentro (2004), Novas Coisas da China (2013) e Peregrinação Vermelha (2016). Em 2018, com José Pedro Castanheira e Natal Vaz, publicou A Queda de Salazar: O princípio do fim da ditadura.