Jorge Silva Melo (1948 - 2022)
Faleceu ontem, aos 73 anos, o encenador, actor, dramaturgo, tradutor e crítico Jorge Silva Melo.
Jorge Silva Melo nasceu a 7 de Agosto de 1948, em Lisboa. Passou a infância em Angola, regressando a Lisboa no início da adolescência. Começou a escrever sobre cinema com apenas 15 anos, colaborando no suplemento juvenil do Diário de Lisboa.
Estudou Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mas não chegou a completar o curso. Em 1969 foi para Londres, onde frequentou a London Film School enquanto bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. De regresso a Portugal, fundou, em 1972, juntamente com Luís Miguel Cintra, o Teatro da Cornucópia, onde esteve até 1979. Voltou a sair do país, desta feita para estagiar em Berlim (com o encenador Peter Stein) e Milão, com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian.
Regressa a Portugal e, em 1995, funda a Companhia Artistas Unidos, na qual era director artístico e onde centrou a sua actividade de encenador, levando a cena diversos textos teatrais de autores portugueses e estrangeiros. Foi ainda autor de várias peças de teatro, como Seis Rapazes Três Raparigas; António, Um Rapaz de Lisboa; O Fim ou Tende Misericórdia de Nós; Prometeu; Num País Onde Não Querem Defender os Meus Direitos Eu Não Quero Viver; Não Sei ou O Navio dos Negros. Traduziu também várias obras de autores teatrais.
No cinema, realizou vários filmes, como António, Um Rapaz de Lisboa. O último filme que realizou foi o documentário Sofia Areal: Um Gabinete Anti-Dor (2016).
Em 2004, Jorge Silva Melo foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem da Liberdade. Era um dos maiores e mais importantes nomes da cultura portuguesa, um dos pais fundadores do teatro contemporâneo e o seu desaparecimento é uma grande perda para o País.