Para o seu novo projecto, intitulado "Livros", João Afonso decidiu musicar diversas obras de literatura clássica, numa edição CD/livro de 70 páginas, que conta com os contributos de notáveis artistas plásticos, fotógrafos e escritores portugueses. "Livros" reúne 14 canções inéditas de João Afonso num CD que integra um livro ilustrado por António Afonso Lima e é enriquecido com olhares diversos sobre obras literárias que fazem parte do "som das leituras" do músico. O Livro-CD, verdadeiro artigo de colecção, percorre a biblioteca de João Afonso com textos de Alice Vieira, Mário de Carvalho, Isabel Rio Novo, Joel Neto, Hélia Correia, Afonso Reis Cabral, Ricardo Araújo Pereira, Paulo José Miranda, Luciano Amaral, Jorge Silva Melo, Frei Bento Domingues e Afonso Cruz, juntamente com ilustrações de António Afonso Lima.
Sinopse: Raquel e João têm cerca de setenta anos de idade. Amaram-se na juventude e, em tempos idos, foram casados e criaram filhos em conjunto antes de a vida os ter afastado. O Prazer de Guiar é a história do seu reencontro e reaproximação. É, também, simultaneamente, um romance on the road, no qual o casal reencontrado vai viver uma aventura adolescente que lhe reabre os horizontes numa fase tardia da sua existência.
O palco da sua aventura é Portugal, no ano de 2032, um tempo em que o progresso tecnológico trouxe muito bem-estar, mas em que, paradoxalmente, cerceou as liberdades individuais. Uma época cada vez mais automatizada e robotizada em que o Estado já codificou quase tudo, impôs regras e normas em várias áreas da vida colectiva, mas proibiu muitas coisas, nomeadamente a possibilidade de conduzir nas cidades e principais estradas do país.
Serão Raquel e João capazes de lutar por esse direito que lhes foi negado? Terão sucesso no desafio que lançaram às autoridades? E conseguirão contornar ou iludir a opressiva e omnipresente vigilância policial?
João Pedro Marques nasceu em Lisboa, em 1949. Foi professor do ensino secundário e, depois, durante mais de duas décadas, investigador do Instituto de Investigação Científica Tropical e Presidente do Conselho Científico desse Instituto, em 2007-2008. Doutorado em História pela Universidade Nova de Lisboa, onde leccionou durante a década de 1990, é autor de dezenas de artigos sobre temas de História colonial e de vários livros, dois dos quais publicados em Nova Iorque e Oxford (The Sounds of Silence, 2006; e, em co-autoria, Who Abolished Slavery? A debate with João Pedro Marques, 2010). Em 2010, a Porto Editora publicou o seu primeiro romance, Os Dias da Febre, ao qual se seguiram; em 2012, Uma Fazenda em África (que, com várias edições, constituiu um dos grandes sucessos do ano); em 2014, O Estranho Caso de Sebastião Moncada; em 2015, Do Outro Lado do Mar; em 2017, Vento de Espanha; e, em 2019, A Aluna Americana.
Sinopse: No casino, Maria (Margarida Vila-Nova) canta fado e bailarinos exóticos actuam. Maria, uma jovem de origem portuguesa, viveu toda a vida no Hotel Império, um lugar outrora famoso, habitado por personagens com histórias e lutas próprias, situado num bairro tradicional de Macau. Apesar das dificuldades em manter o espaço, tenta não ceder às constantes pressões dos especuladores imobiliários para vender o edifício. Mas, quando Chu (Rhydian Vaughan), o filho da co-proprietária do hotel, regressa a Macau depois de duas décadas de ausência, a situação de Maria complica-se ainda mais.
Uma vida dedicada à música, um documentário de Ricardo Espírito Santo sobre a vida da aclamada violoncelista portuguesa.
Guilhermina Suggia dedicou a sua vida à música, à arte. Antes de aprender a ler já conhecia todas as notas de música e todos os termos musicais. Aos 5 anos pede ao pai que a ensine a tocar violoncelo. Na época, era considerado deselegante uma mulher tocar violoncelo, havia muito poucas mulheres a tocar este instrumento e orquestras que não permitiam mulheres violoncelistas nos seus quadros. No Verão de 1898, Pablo Casals, o maior violoncelista de todos os tempos, apresenta-se no Casino de Espinho. Moreira de Sá aconselha Augusto Suggia a levar a filha, então com 13 anos, a ouvir o virtuoso violoncelista catalão. No final, Augusto vai cumprimentar o violoncelista e fala-lhe de Guilhermina. Casals pede-lhe que toque qualquer coisa no violoncelo e fica de tal modo impressionado que se oferece para lhe dar lições durante o tempo que permanecer em Espinho.
Com 16 anos, Guilhermina Suggia é a primeira mulher solista a tocar com a Orquestra da Gewandhause. Toca o concerto de Robert Volkmann, dirigido por Arthur Nikisch. No final, o público aplaude de tal modo que o rígido protocolo da orquestra é quebrado e faz-se o que nunca se fez: o maestro manda repetir o concerto na íntegra. Guilhermina Suggia era convidada para todas as grandes salas e alcançou grandes êxitos.
"Cânticos do Futuro" aborda a vida de um casal de artistas. Ele é um artista moçambicano que vive em Portugal desde menino e ela uma artista norueguesa que percorre a Europa em busca de um lugar. São um casal que vive uma vida dupla de casados e de amantes através dos papéis que vão sucessivamente encarnando. Um casal de artistas que vive no passado e no presente invocando formas de escape e de integração social. São um casal de desesperados e de esperançosos. Confusos de vidas. Um casal que procura escutar o que o futuro lhes pode trazer e que canta e ouve os cânticos daqueles que já partiram das suas vidas.
Esta obra foi escrita e realizada num momento em que a esperança pede para ser chamada para cima. O combate à coacção e à falta de espaço e opções para o caminho faz-se cantando e ouvindo os outros a cantar. "Cânticos do Futuro" mostra-nos o encontro de um casal que vive diversas vidas simultâneas que se sobrepõem convocando o real e o irreal. Um ilimitado espaço de futuro surge das suas mãos sem que se consiga compreender onde as suas fronteiras se delimitam. "Cânticos do Futuro" é a história de passados, de vozes que regressam e se escutam pelas esquinas dos quatro e das cidades. "Cânticos do Futuro" é a narrativa de um novo presente que se reinventa a cada instante. Fundado no imaginário de 40 anos passados dedicados ao corpo, à performance, ao inconsciente, esta série de filmes aposta no encontro de duas gerações de criadores que estão a aprender a cooperar para, através das artes, criarem caminhos paralelos.
Esta é uma obra que se procura a si mesma: na liberdade, no amor, no desespero, na ilusão, na fé de que ainda temos tempo nas mãos. "Cânticos do Futuro" é uma obra de grandes mentiras que se arriscam a tornarem-se belas e dolorosas verdades.
A série "Cânticos do Futuro", protagonizada por Miguel Moreira e Lena Edvardsen, está disponível na Flux TV, uma nova plataforma de streaming portuguesa. A Flux TV é uma plataforma digital de criação, programação e disponibilização de filmes e séries originais e formação online nas artes performativas, criada pela Companhia João Garcia Miguel e pelo Teatro Ibérico, com o intuito de desenvolver novas ferramentas de apoio à digitalização e internacionalização das criações nacionais, bem como da formação nas artes performativas.