LETRAS LUSAS: "O Pirata das Flores", de Tiago Salazar
Editora: Oficina do Livro
Sinopse: António de Freitas, um jovem aluno do seminário de Angra, nascido na ilha das Flores poucos anos antes do dealbar do século XIX, decide abdicar da vida monástica e embarcar, em 1810, numa viagem rumo aos longínquos mares da China, onde sonha fazer-se rico. Para companheiro de fortuna e infortúnios, desencaminha um rapaz que com ele estudara na Terceira, também sem vocação beata mas com apreço pela leitura e talento para a escrita, que é na verdade quem há-de contar a sua história.
Depois de inúmeras peripécias e confrontos, numa sucessão de episódios de autêntica pirataria nos vários navios em que são engajados, o par instala-se então em Macau, acabando António de Freitas por dedicar-se ao tráfico de ópio - na época, um negócio regularizado -, enquanto o seu amigo se entrega doidamente ao vício. Nas Flores, restará um dia um vistoso túmulo de tíbias cruzadas e caveira e um mosteiro cuja elevação está rodeada de mistério e que, volvidos quase duzentos anos, continua a marcar a paisagem da Fajãzinha. E no Oriente, rodeado de prazeres, o narrador destas aventuras vai-se deixando enlevar.
Entre o relato de viagens e o romance histórico, O Pirata das Flores discorre sobre a aventurosa vida de uma personagem extremamente arrojada para a época, à boa maneira de um Sandokan ou de um capitão Morgan, que ainda hoje alimenta as mais variadas lendas nos Açores.
Tiago Salazar nasceu em Lisboa, em 1972. Formou-se em Relações Internacionais e estudou Guionismo e Dramaturgia em Londres. É doutorando no Instituto de Geografia, com uma tese sobre A Volta ao Mundo, de Ferreira de Castro. Trabalha como jornalista desde 1991, actualmente como freelancer, tendo vencido o prémio Jovem Repórter do Centro Nacional de Cultura, em 1995. É formador de Escrita e Literatura de Viagens. Idealizou, escreveu e apresentou o programa Endereço Desconhecido, da RTP2. Foi Bolseiro da Fundação Luso-Americana na cidade de Washington, em 2010. Venceu o prémio Literatura na XVII Gala dos Prémios da revista Mais Alentejo, em 2018, com A Escada de Istambul. É autor de: Viagens Sentimentais (2007), A Casa do Mundo (2008), As Rotas do Sonho (2010), Endereço Desconhecido (2011), Crónica da Selva (2014), Hei-de Amar-te Mais (2013), O Baú Contador de Histórias (2014), Quo Vadis, Salazar? Escritos do Exílio (2015), A Escada de Istambul (2016), que representou Portugal no Festival do Primeiro Romance de Chambéry, O Moturista Acidental (2017), A Orelha Negra (2019), A Fala-Barata (2020) e O Magriço (2020).