O álbum "Encontros", dos Bossa & Morna, é um reflexo da história de Ivo Dias (filho de brasileiros), Diogo Caetano e Iúri Oliveira (filho de pai angolano), os três músicos que compõem o projecto. Para além da história musical individual de cada um, a sonoridade, com que todos eles se identificam, é a génese humana e resiliente que os une. A "casa vazia" que eles decidiram habitar e nela criar, sem pensar em mainstreams, no que os outros vão pensar, ou outro factor, uma ponte transatlântica entre os Países Lusófonos. O disco de onze faixas traz na sua matriz a Língua Portuguesa com os seus diferentes sotaques, traz a pulsação que foi transportada em barcos, de África para o Brasil e América Latina, traz os balanços que abraçam as letras que retratam as tristezas do quotidiano, as alegrias, o "corre corre" de estação em estação, etc. De todos os temas destaca-se uma belíssima morna, "Diz-me", com a génese do cavaquinho cabo-verdiano e o choro das melodias; "Por Aí" e o "Fica mais um pouco", dois temas que mesclam a bossa nova com a coladera, assim como outros temas que trazem o semba de Angola, a obatála de Cuba, o baião do Brasil. Um CD, unicamente produzido, editado e gravado pelos três elementos da banda, é uma edição de autor e uma prova de resiliência que, em tempos estranhos e de confinamentos, é possível, com muita vontade e sacrifício, fazer-se o que mais se gosta. Toda a gestação deste trabalho foi feita com o devido tempo e cuidado, com a dose certa de ritmo e voz, com letras frescas e conscientes e com sabor a areia, viagem e a lusofonia.
Local Filmagens: Glória do Ribatejo (Salvaterra de Magos), Lisboa
Elenco: Miguel Nunes, Matt Rippy (EUA), Stephanie Vogt (EUA), Adriano Luz, Victoria Guerra, Joana Ribeiro, Carolina Amaral, Albano Jerónimo, Afonso Pimentel, Gonçalo Waddington, Jimmy Taenaka (EUA), João Arrais, Ivo Canelas, Rafael Morais, Stewart Alexander (Canadá), Jim Sturgeon (Reino Unido), Adriano Carvalho, Maria João Pinho, Sandra Faleiro, Pêpê Rapazote, João Pedro Mamede, Miguel Borges, João Vicente, Inês Castel-Branco, Teresa Madruga, Soren Hellerup (Dinamarca), Carloto Cotta, Leonor Silveira, Marcello Urgeghe, António Pedro Cerdeira, Custódia Gallego, António Fonseca, Paula Diogo, Eric Santos, Elisabeth A. Furtado (EUA), Andreas Piperis, Marco Paiva, Tónan Quito, Rodrigo Tomás, Fernando Pires, Afonso Lagarto, João Pedro Vaz, Augusto Madeira (Brasil), Nuno Gil, Cesário Monteiro, Jorge Andrade, Tiago Rodrigues, Dinis Gomes, Rita Durão, Rita Cabaço, Sofia Marques, Sílvia Filipe, Cláudio da Silva, Ana Sofia Martins, Nuno Nunes, Rita Martins, Pedro Ferreira, Pedro Caeiro, Ana Neborac (França), Victoria Georgieva (Bulgária), Valdemar Santos, David Pereira Bastos, Jaime Freitas, Carlos Carvalho, Miguel Frazão, Bruno Salgueiro, Mafalda Lencastre, Duarte Pinho e Melo, Laura Frederico, Vicente Gil, Rita Rocha Silva, Lucas Letra, Cátia Nunes, André Loubet, Miguel Cunha, António Parra, Hugo Franco, João Estima
Sinopse: Em 1968, Glória do Ribatejo fervilha de espiões, mentiras e segredos. João Vidal (Miguel Nunes), engenheiro na Rádio Europa Livre, joga em todas as frentes da Guerra Fria em Portugal.
Baseada em eventos reais, "Glória" conta a história de um mundo dividido e uma aldeia do Ribatejo como palco improvável da Guerra Fria. João, um agente secreto do KGB, é enviado para a RARET, um posto secreto de Retransmissão Livre, para comprometer as missões da CIA e descobrir o que aconteceu a Mia (Victoria Guerra), uma agente do KGB desaparecida.
"Glória", a primeira série original portuguesa da Netflix, estreia esta sexta-feira na plataforma de streaming. Com um total de 10 episódios, a série é uma co-produção entre a Netflix e a RTP e, posteriormente, será também transmitida na estação pública.
A RARET - Rádio Europa Livre (RÁdio RETransmissão) foi uma rádio norte-americana com instalações na Glória do Ribatejo, concelho de Salvaterra de Magos, cuja missão era retransmitir programas para o Bloco de Leste, como parte da estratégia de luta contra o comunismo, durante a Guerra Fria. Foi o maior complexo emissor europeu da Radio Free Europe e esteve instalado durante mais de 40 anos na Glória do Ribatejo, estando actualmente desactivado.
Pedro Lopes nasceu em Lisboa, em 1976. Licenciado em História pela Faculdade de Letras de Lisboa, foi durante o tempo em que ainda andava na faculdade que se iniciou no mundo da televisão, como produtor. Trabalhou como guionista do reality show "Big Brother", da primeira à quarta edição, na TVI. Como autor, começou na Casa da Criação, onde colaborou na escrita de várias telenovelas para a TVI, tendo-se depois mudado para a produtora SP Televisão, onde é Director de Conteúdos e na qual já escreveu várias séries e telenovelas para a RTP1 e SIC. Em 2011, venceu o Prémio Especial do Júri, com a série "Cidade Despida", no International Festival of Detective Films And Television Programs, em Moscovo, e o Emmy na categoria de Melhor Telenovela Internacional, com "Laços de Sangue", em Nova Iorque. Em 2013, foi nomeado para os prémios Sophia, da Academia Portuguesa de Cinema, na categoria de Melhor Argumento Original, com a longa-metragem "Assim Assim". Em 2016 venceu, com "Coração d'Ouro", a medalha de ouro de Melhor Telenovela Internacional no New York Festival's World's Best TV & Films. É co-autor da primeira temporada da série luso-espanhola "Auga Seca" e autor de "Glória", a primeira série original portuguesa da Netflix.
Argumentos Televisão:
Glória (série, Netflix; 2021)
Auga Seca (série, RTP1; 2020)
Conta-me Como Foi 6/7 (série, RTP1; 2019/20)
Alma e Coração (telenovela, SIC; 2018)
Verão M (série, RTP1; 2018)
Espelho d'Água (telenovela, SIC; 2017/18)
Coração d'Ouro (telenovela, SIC; 2015/16)
Sol de Inverno (telenovela, SIC; 2013/14)
Dancin'Days (telenovela, SIC; 2012/13)
Velhos Amigos (série, RTP1; 2011/12)
A Família Mata (série, SIC; 2011)
Maternidade (série, RTP1; 2011)
Lua Vermelha (série, SIC; 2010/11)
Voo Directo (série, RTP1; 2010/11)
Laços de Sangue (telenovela, SIC; 2010/11)
Cidade Despida (série, RTP1; 2010)
O Segredo de Miguel Zuzarte (telefilme, RTP1; 2010)
Pai à Força (série, RTP1; 2009/12)
Perfeito Coração (telenovela, SIC; 2009/10)
Liberdade 21 (série, RTP1; 2008/10)
Tiago Guedes nasceu no Porto, em 1971. Formou-se em Realização pela New York Film Academy, tendo frequentado, posteriormente, o curso de Direcção de Actores com Patrick Tucker, no Raindance London. Desenvolveu vários projectos para televisão e cinema, sendo responsável por várias séries de televisão (Noite Sangrenta, Odisseia, Os Boys), telefilmes (Alta Fidelidade, Cavaleiros de Água Doce, O Meu Sósia e Eu) e longas-metragens. Do seu trabalho como realizador, destaca-se o filme "Coisa Ruim" (2005), a sua primeira longa-metragem, e "Entre os Dedos" (2008), ambas co-realizadas com Frederico Serra. Da sua colaboração com Tiago Rodrigues, realizou a longa-metragem "Tristeza e Alegria na Vida das Girafas" (Selecção Oficial Competição Ibero-América no Festival de Guadalajara 2019, Competição Nacional IndieLisboa 2019). O filme "A Herdade" (2019) fez parte da Selecção Oficial do Festival de Cinema de Veneza e do TIFF e foi o candidato português aos Prémios Goya e aos Óscares 2020. O teatro é outra das áreas que marca o percurso profissional de Tiago Guedes, destacando-se o seu trabalho como encenador em "A Matança Ritual de Gorge Mastromas", "Os belos dias de Aranjuez", "Blackbird", "The Pillowman", entre outras. É o realizador de "Glória", a primeira série original portuguesa da Netflix.
Argumento: João Botelho (a partir da obra literária homónima de José Saramago)
Direcção Fotografia: João Ribeiro
Música: Daniel Bernardes
Produção: Ar de Filmes (Alexandre Oliveira)
Elenco: Luís Lima Barreto, Chico Diaz (Brasil), Catarina Wallenstein, Victoria Guerra, Hugo Mestre Amaro, João Barbosa, Rui Morrison, Luísa Cruz, Dinarte Branco, Marcello Urgeghe, Pedro Lacerda, Márcia Breia, Luís Lucas, Ricardo Aibéo, Cláudio da Silva, Paulo Filipe, José Martins, Hugo Silva, Dinis Gomes, Gustavo Vargas, André Gomes, Francisco Vistas, Mário Sabino Sousa, Solange Santos, Rafael Fonseca, Francisco Tavares
Sinopse: Fernando Pessoa, um dos maiores escritores da Língua Portuguesa, estabeleceu um gigantesco universo paralelo criando uma série de heterónimos para sobreviver à sua solidão de génio. José Saramago, Prémio Nobel da Literatura em 1998, fez regressar o heterónimo Ricardo Reis a Portugal, ao fim de 16 anos de exílio no Brasil.
1936 é o ano de todos os perigos, do fascismo de Mussolini, do Nazismo de Hitler, da terrível guerra civil espanhola e do Estado Novo em Portugal, de Salazar. Fernando Pessoa (Luís Lima Barreto), o criador, encontra Ricardo Reis (Chico Diaz), a criatura. Duas mulheres, Lídia (Catarina Wallenstein) e Marcenda (Victoria Guerra) são as paixões carnais e impossíveis de Ricardo Reis. "Vida e Morte é tudo um" permite a literatura e o cinema também. Realismo fantástico.
José Saramago nasceu a 16 de Novembro de 1922, na aldeia da Azinhaga, concelho da Golegã, no Ribatejo. Autor de mais de 40 títulos, em 1947 publicou o seu primeiro livro que intitulou A Viúva, mas que, por razões editoriais, viria a sair com o título de Terra do Pecado. Seis anos depois, em 1953, terminaria o romance Claraboia, publicado apenas após a sua morte. No final dos anos 50, tornou-se responsável pela produção na Editorial Estúdios Cor, função que conjugaria com a de tradutor, a partir de 1955, e de crítico literário. Regressa à escrita em 1966 com Os Poemas Possíveis. Em 1971, assumiu funções de editorialista no Diário de Lisboa e, em Abril de 1975, é nomeado director-adjunto do Diário de Notícias. No princípio de 1976, instala-se no Lavre (Montemor-o-Novo) para documentar o seu projecto de escrever sobre os camponeses sem terra. Assim nasceu o romance Levantado do Chão e o modo de narrar que caracteriza a sua ficção novelesca. Até 2010, ano da sua morte, a 18 de Junho, na ilha espanhola de Lanzarote, José Saramago construiu uma obra incontornável na literatura portuguesa e universal, com títulos que vão de Memorial do Convento a Caim, passando por O Ano da Morte de Ricardo Reis, O Evangelho segundo Jesus Cristo, Ensaio sobre a Cegueira, Todos os Nomes ou A Viagem do Elefante, obras traduzidas em todo o mundo. No ano de 2007, foi criada em Lisboa uma Fundação com o seu nome, que trabalha pela difusão da literatura, pela defesa dos direitos humanos e do meio ambiente, tomando como documento orientador a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Desde 2012 a Fundação José Saramago tem a sua sede na Casa dos Bicos, em Lisboa. José Saramago recebeu o Prémio Camões em 1995 e o Prémio Nobel de Literatura em 1998.
Sinopse: "A minha avó tinha uma força e um amor à vida tão grandes, que me fez acreditar que alguns de nós conseguiam escapar à morte e tornarem-se imortais. Quando ela morreu, quis salvá-la - decidi filmá-la e não era a ausência de um corpo que me ia impedir."
A realizadora Catarina Ruivo fez, em "A Minha Avó Trelotótó", uma das mais belas homenagens que se pode fazer a uma avó. Quando ela morreu, filmá-la foi uma forma de a salvar. Mas como filmar uma ausência? Este é um filme feito de muitos tempos e registos que constroem um universo onde cartas, fotografias, memórias e os vídeos de telemóvel dão corpo a um fantasma doce.