LETRAS LUSAS: "Caderno Afegão", de Alexandra Lucas Coelho
Editora: Caminho
Sinopse: «Este livro é um acto de coragem. É um acto de optimismo, também. Paul Theroux explica na introdução a "O Velho Expresso da Patagónia" que "os viajantes são essencialmente optimistas, ou então nunca iriam a lado nenhum". É esse optimismo que permite a Alexandra Lucas Coelho afastar quaisquer receios com uma espécie de fatalismo paradoxalmente empreendedor: "não há nada a fazer". Mesmo quando por instantes se lhe infiltra na mente a dúvida acerca do desconhecido que a certa altura a transporta, sabe-se lá para onde, numa terra onde "um estrangeiro é um acepipe". "Não há nada a fazer." E a viagem continua. Vamos com ela aos jardins de Babur. Descobrimos com ela – num país masculino, onde até na morgue há frigoríficos distintos para os cadáveres de homens e mulheres – a herança da extraordinária rainha Gowar Shad. Mergulhamos o olhar no azul intenso de Band-e-Amir, um milagre atribuído a Ali, primo e genro do Profeta, que continua a proporcionar a quem o visita os bens mais escassos num país em guerra: tranquilidade e alegria. Aquilo que aqui, a ocidente, a milhares de quilómetros de distância, é apenas um borrão sem nome, uma massa de ideias vagas e de lugares-comuns, geopolítica e geoestratégia, toma a forma de gente concreta, ganha contornos, espessura, rosto. O facto de Alexandra Lucas Coelho escrever tão bem faz o resto. É o meio de transporte em que viajamos por um lugar aonde, é quase certo, nunca iríamos de outro modo.» (Carlos Vaz Marques)
Alexandra Lucas Coelho nasceu em Lisboa, em 1967. Estudou Comunicação na Universidade Nova de Lisboa, Teatro no IFICT e foi mestranda no Centro Arqueológico de Mértola (Portugal Islâmico e o Mediterrâneo). Trabalhou dez anos em rádio e vinte no jornal Público como repórter, cronista, editora e correspondente (em Jerusalém e no Rio de Janeiro). Tem 14 livros publicados, entre romances, não-ficção e infanto-juvenis. Recebeu vários prémios de jornalismo e de literatura. Está a fazer, para a RTP, o programa Volta ao Mundo em Cem Livros. Desfilou pela escola Mangueira no Carnaval de 2019, ano em que a verde-e-rosa foi campeã com um samba sobre os indígenas, os negros, as Marielles que lutaram nestes 500 anos.