TEATRO: Margens da Batalha - As Mulheres de Aljubarrota (Estalagem do Cruzeiro, Aljubarrota - 14 Agosto, 21h)
Texto/Dramaturgia/Narração: Elsa Maurício Childs
Direcção Actores e Figurinos: Ruben Saints
Música e Sonoplastia: Mestre André
Interpretação: Diogo Bach, Inês Lucas, Lea Managil, Rita Carolina Silva, Ruben Saints, Tiago Bôto e Mestre André (músico)
Sinopse: As páginas da História escreveram o nome dos heróis da Batalha de Aljubarrota (14 Agosto 1385) – os incontornáveis D. João I, Mestre de Avis e o Santo Condestável, D. Nuno Álvares Pereira, tantas vezes silenciando, pelo olhar quase sempre patriarcal da História, as mulheres que também definiram essa luta de bastardos.
Este novo texto sobre os acontecimentos de Aljubarrota, escrito de propósito para esta celebração, procura, através da reconstrução da leitura que as mulheres guerreiras da Batalha terão tido desta luta, conferir centralidade à sua participação na luta.
Através de diferentes textos literários que recontam a Batalha em si e os heróis e heroínas que a ela se entregaram – de Camões, no Canto IV dos Lusíadas, à Mensagem de Pessoa, passando, centralmente, por poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen e de Fiama Hasse de Pais Brandão, e por vários textos poéticos escritos deliberadamente para esta ocasião pela autora do texto dramatúrgico –, "Margens da Batalha: As Mulheres de Aljubarrota" procura tornar protagonistas da Batalha as filhas lusitanas de Atena – Maria de Sousa, Joana Fernandes e Brites de Almeida (a já mítica Padeira de Aljubarrota) –, que nela lutaram.
Sem esquecer os papéis essenciais desempenhados por Filipa de Lencastre e pela figura da Nossa Senhora Virgem de Oliveira, a quem D. João I dedica a sua vitória, ao longo de 3 actos procura-se dar conta não apenas da Batalha em si, mas dos caminhos que a ela conduziram e dos que dela emergem.
O texto procura, assim, retirar estas personagens femininas das margens da História, dando-lhes o espaço e o tempo necessários para que sobre elas brilhe o foco dos acontecimentos de Aljubarrota.
Para esta tarefa contribui, ainda, a poesia de Safo (a mais famosa mulher poeta da Antiguidade), que serve de mote para o texto, pelo olhar de centralização do feminino que a define.