Sinopse: Uma perspectiva histórica de um passado glorioso nas artes da navegação e da pesca.
Se Portugal tivesse que enumerar alguns dos seus feitos mais gloriosos, a descoberta dos mares gelados da Terra Nova e da Gronelândia, bem como a pesca do bacalhau no século XV, seriam seguramente dois deles. Ao longo de cinco séculos de História, os portugueses levaram mais longe o conhecimento nas artes da navegação e da pesca. Foram os primeiros colonizadores dessas terras tão longínquas e, ainda hoje, apesar de praticamente terem abandonado esses lugares, deixaram marcas profundas na cultura local.
Notáveis na inovação e na construção naval, considerada a melhor por exímios navegadores, detiveram uma das maiores frotas de pesca do mundo e o que resta são unicamente cinco embarcações: o "Creoula", o "Santa Maria Manuela", o "Argus", o "Santo André" e o "Gil Eannes". Perdem-se no tempo as memórias dos poucos que fizeram da pesca do bacalhau a sua senda de vida. Escasseiam as vivências dos que as experienciaram com tanto sacrifício e dedicação.
Um projecto como este visa granjear e preservar as inúmeras lembranças deste passado tão presente para alguns. Sistematiza a informação escrita, fotográfica e cinematográfica e converte as "estórias" num autêntico documento audiovisual. Fruto de muita investigação e empenho na recolha e tratamento de todos os conteúdos, nasce este documentário. Não pretende, de forma alguma, enunciar tudo o que a temática proporciona, deseja simplesmente ser o mais abrangente possível, numa perspectiva histórica, realçando os factos que nos pareceram mais relevantes e numa abordagem, até agora, não patenteada.
Foi convidado para dirigir o mais belo festival de teatro do mundo: o Festival d'Avignon, em França. A vida, a arte, o amor e um percurso notável. Tiago Rodrigues na Grande Entrevista com Vítor Gonçalves.
Argumento: João Botelho (a partir do livro de viagens de Fernão Mendes Pinto e do romance "O Corsário dos Sete Mares", de Deana Barroqueiro)
Música: Luís Bragança Gil e Daniel Bernardes (a partir do álbum "Por este rio acima", de Fausto Bordalo Dias)
Locais de Rodagem: Índia (Goa), Malásia (Malaca e Taman Negara), Vietname (Halong Bay), China (Macau, Guilin, Chengdu, Leshan, Pequim), Japão (Quioto), Portugal (Quinta da Ribafria e Lagoa Azul, Sintra; Vila do Conde; Cais Palafítico da Carrasqueira, Comporta; Praia Ribeira do Cavalo, Sesimbra; Loures; Igreja de São Domingos, Lisboa; Gruta da Lapa, Torres Novas; Convento de Cristo, Tomar; Alfeite, Almada)
Elenco: Cláudio da Silva, Cassiano Carneiro (Brasil), Pedro Inês, Jani Zhao, Catarina Wallenstein, Rui Morisson, Luís Lima Barreto, Hugo Silva, Martim Barbeiro, José Neto, Maya Booth, Pedro Lacerda, Elton Lee, Yuqui Sun, Rafael Fonseca, Hugo Mestre Amaro, Fernando Rodrigues, Sara Costa, Hugo Samora, Mina Andala, Hortêncio Pacheco, Marcello Urgeghe, António Simões, Márcio Laranjeira, Filipe Vargas, Gustavo Vargas, José Martins, Zia Soares, João Barbosa, José Manuel Mendes, José Mora Ramos, António Durães, Francisco Tavares, João Araújo, Pedro Huang, Yang Gaochao, Leonaldo d'Almeida, João Cabral, Wong Chung Ko, Jiaojiao Yao, Mário Sabino Sousa, Shintaro Yokochi, Takashi Sugimoto, Ryo Naohara, Atsushi Sugita, Ricardo Aibéo, Dinarte Branco, Erika Yoshioka, Dinis Gomes, Alexander David, Henrique Mello, João Gouveia, Beatriz Leonardo, Vera Pimentel, Beatriz Menino, Andreia Fernandes, Flor Vieira, Matilde Ferreira Coro 1: João Neves, Filipe Jorge Dias, Adriano Diouf, Carlos Cóias, Luís Pacheco, Telmo Mendes, Rogério Maurício Coro 2: André Ramos, Paulo Carrilho, Diogo Leite, Nuno Nogueira, David Granada, Yoann Auboyneau
Sinopse: "...e assim partimos contra a razão,
sem nenhuma lembrança dos perigos do mar!"
"Em Março de 1537, aos 26 ou 28 anos, Fernão Mendes Pinto, fugindo à miséria e estreiteza da sua vida, partiu para a Índia em busca de fama e fortuna." Assim, no meio de uma terrível tempestade, começa este filme que relata os sucessos e as desventuras deste escritor aventureiro que, no decurso de 21 anos em que esteve no Oriente, foi "13 vezes cativo e 16 ou 17 vendido". Mas, em vez da fortuna que pretendia, foram-lhe crescendo os trabalhos e os perigos. Aventureiro sim, mas também peregrino, penitente, embaixador, soldado, traficante e escravo, Fernão Mendes Pinto foi tudo e em toda a parte esteve. "Por extraordinária graça de Deus" regressou salvo para nos deixar um extraordinário livro de viagens, numa escrita hábil e fulgurante, carnal e violenta, terra-celeste. Esse livro de viagens editado três dezenas de anos após a sua morte transformou-se no primeiro best-seller da língua portuguesa, sendo traduzido e publicado em todos os reinos da Europa. A Peregrinação que agora vos apresentamos narra pedaços dessa observação aguda, exacerbada, exagerada que, na sua fascinante pressa de contar, aquele aventureiro dos sete mares nos deixou. Desventuras sim ("cada acção tem uma paga, cada pecado um castigo") mas também sucessos: o cometimento e a grandeza das descobertas ou "achamentos" de outras terras e de outras gentes, no século de oiro da História de Portugal. Um filme de aventuras! (João Botelho)
Estudou Engenharia Mecânica, mas o vício do cinema foi mais forte, potenciado pela vida académica em Coimbra. Chegou a ver 300 filmes num ano, foi cineclubista e fundou uma conceituada revista de Cinema. Assim, antes de ser cineasta, João Botelho foi um cinéfilo convicto. O seu mentor, Manoel de Oliveira, ensinou-lhe que o cinema é "ver e ouvir, que o que importa é o ponto de vista da câmara (e que só há um ponto de vista correcto para cada cena) e que, se não há dinheiro para filmar uma carruagem, filma-se a roda, mas há que filmá-la bem". O seu cinema tornou-se assim um "cinema do tempo" em contraposição ao "cinema de movimento". Paralelamente, o seu contributo para devolver o valor incalculável da Literatura Portuguesa é também inegável e, através da sua própria arte, tem criado versões cinematográficas únicas de grandes clássicos.
Com uma obra intemporal, os Canais TVCine homenageiam um dos realizadores mais marcantes do Cinema Português, com a Retrospectiva: João Botelho, todas as quartas e quintas-feiras de Julho, às 22h00, em exclusivo no TVCine Edition.
Este Rumos começa por visitar a inauguração da exposição "Lisboa Negra", evento que marcou o dia de comemoração do segundo aniversário do Centro Cultural Cabo Verde, em Lisboa.
A apresentadora Patrícia Figueiredo conversa com o actor e contador de estórias Ângelo Torres, no Espaço Espelho d'Água, em Lisboa, onde, no próximo dia 6 de Agosto, irá participar num evento muito especial. É aqui que têm acontecido os Encontros Ultramarinos, promovidos pelo músico brasileiro Fred Martins, que convida artistas lusófonos para cantarem e falarem sobre o seu último álbum, "Ultramarino".
Adoçamos este programa com os deliciosos bolos caseiros e artesanais do projecto Na Lata, criado pela brasileira Jéssica Torres.
No Páginas Soltas abrimos o livro "Sol de Infância", da cabo-verdiana Carlota de Barros.
Na reportagem seguinte, mostramos-lhe a nova curta-metragem de Graça Castanheira, "Pele Escura - da periferia para o centro", acompanhada por um ciclo de conversas dedicado à reflexão e ao debate sobre racismo e pós-colonialismo. Tudo isto no Centro Cultural de Belém, onde aconteceu a apresentação do filme.
Na rubrica Gastronomia, partilhamos uma receita tão simples quanto deliciosa. A Mousse de Camoca é tipicamente cabo-verdiana, mas toda a gente pode fazer e provar.
Já está nas bancas mais uma edição da VISÃO Biografia, desta vez sobre o poeta português mais universal: Fernando Pessoa.
Quando morreu, a 30 de Novembro de 1935, Fernando Pessoa deixou apenas um livro publicado em português: Mensagem, de 1934. Por essa altura, ninguém poderia imaginar toda a imensa herança literária que deixava escondida, literalmente, numa arca. Ele próprio tinha noção disso. "Quando, às vezes, pensava na ordem de uma futura publicação de obras minhas, nunca um livro do género de Mensagem figurava em número um", escreveu, no ano da sua morte, ao amigo Adolfo Casais Monteiro. A verdade é que Pessoa não teve tempo, nem disciplina, para organizar a publicação de tudo o que escreveu. Essa foi uma missão que nos deixou, e a revelação total da sua obra – poesia e prosa, muitas vezes assinada com os mais variadíssimos nomes, incluindo os três célebres heterónimos principais, Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis – é, ainda, um processo em curso.
A dimensão dessa missão fascinante – revelar a obra caleidoscópica de Pessoa – foi deixando para trás a tentativa de conhecer a fundo a vida do seu autor, Fernando António Nogueira Pessoa, nascido no dia de Santo António, 13 de Junho, de 1888, bem no centro de Lisboa. A biografia lançada por João Gaspar Simões, logo em 1950, foi servindo como referência ao longo dos anos. Em 2021, por estes dias, será publicado, em inglês, aquele que é o mais completo livro, até à data, sobre a vida do escritor. Pessoa, A Biography, do norte-americano (cada vez mais português) Richard Zenith tem, mesmo, revelações e informações nunca partilhadas. A tradução portuguesa só chegará às livrarias em 2022, mas na VISÃO Biografia que agora chega às bancas pode ler, em exclusivo, uma boa parte do prólogo dessa obra e, ainda, uma entrevista a Richard Zenith – que acredita que, de certo modo, "Pessoa ficou sempre uma criança".
Nesta VISÃO Biografia pode ainda descobrir os passos da vida de Pessoa, desde a infância e juventude passada entre Lisboa e Durban (na então colónia britânica de Natal, hoje África do Sul) até aos muitos anos, desde 1905, em que se tornou um lisboeta avesso a viagens, que passava a vida entre cafés e as várias empresas onde trabalhou como tradutor e "correspondente estrangeiro" (palavras suas); pode, ainda, recordar o grande falhanço da sua aposta comercial na fundação de uma tipografia e editora ou o amor, correspondido (mas que pouco passou de… correspondência), com Ofélia Queiroz, descobrir os seus escritos políticos (tantas vezes contraditórios e polémicos) ou espreitar o seu lado fascinado com o ocultismo (bem presente no encontro com o místico e mago Aleister Crowley)… Como sempre, a VISÃO Biografia traça, ainda, um retrato do contexto histórico em que o biografado viveu e recorda os seus amigos e contemporâneos.
Depois de Eça de Queiroz e Amália, esta é mais uma VISÃO Biografia dedicada a um grande artista português – neste caso com um reconhecimento mundial cada vez mais amplo como grande referência da literatura do século XX.