CINE ESTREIA: "Visões do Império", de Joana Pontes
Realização: Joana Pontes
Argumento: Joana Pontes, Filipa Lowndes Vicente, Miguel Bandeira Jerónimo
Direcção Fotografia: Rui Xavier
Música original: Carolina Néu
Produção: Vende-se Filmes (Filipa Reis, Patrícia Faria)
Participação: Sandra Paraíso, Eduardo Martinho, Filipa Lowndes Vicente, Catarina Mateus, Miguel Bandeira Jerónimo, Margarida Dias da Silva, Afonso Ramos, Carmen Rosa
Sinopse: O filme documental Visões do Império é uma viagem colectiva ao passado colonial através de uma selecção de fotografias do Império Português, captadas desde os finais do século XIX até à Revolução de Abril de 1974, que pôs fim tanto ao regime político que governava Portugal, como ao estatuto colonial de vários territórios africanos que só em 1975, depois de uma longa guerra, se tornaram países independentes.
As reflexões suscitadas pela revisitação de fotografias da infância da realizadora em Angola são o fio condutor de uma procura de contextos e sentidos sobre a documentação fotográfica do Império Colonial Português, existente em Portugal. Essas perguntas levaram a realizadora, Joana Pontes, ao encontro de dois investigadores, Filipa Lowndes Vicente e Miguel Bandeira Jerónimo.
Com Filipa, descobrimos os locais onde hoje se compram e vendem fotografias e postais realizados em contextos coloniais e os arquivos onde se guardam as milhares e milhares de fotografias relacionadas com o passado imperial português. Pela mão de Miguel, percebemos os diferentes usos e apropriações da fotografia como instrumento político, propagandístico, documental e probatório. A busca pessoal da realizadora revela a relação diversa que diferentes pessoas – de coleccionadores e comerciantes, a arquivistas e académicos – têm hoje com o tão vasto e heterógeneo arquivo fotográfico centrado no antigo Império Colonial Português, nos seus territórios, recursos e populações. Revela ainda como a coincidência temporal entre o colonialismo moderno e a crescente democratização da câmara fotográfica tornou a prática fotográfica num elemento central na imaginação e construção do projecto imperial. A fotografia é, assim, um objecto indispensável para repensar criticamente a História de Portugal e a das antigas sociedades coloniais.
Sessões especiais
Em Lisboa, nos dias 15 e 16 de Julho, há sessões especiais, no Cinema Ideal, com convidados. No dia 15, a conversa no final da sessão conta com a presença da realizadora Joana Pontes, da escritora Dulce Maria Cardoso e do historiador António Araújo. Sexta, dia 16, estarão presentes Filipa Lowndes Vicente (investigadora e uma das autoras do filme), José Lino Neves (membro da direcção da Associação Batoto Yetu Portugal) e Isabel Castro Henriques (historiadora). Ainda em Lisboa, no dia 20 de Julho, há sessão especial no Cinema City Alvalade, com Joana Pontes, José Eduardo Agualusa (jornalista e escritor angolano) e Miguel Vale de Almeida (antropólogo)
No Porto, no Cinema Trindade, realiza-se uma sessão especial, no dia 18 de Julho, com Joana Pontes (realizadora), Miguel Bandeira Jerónimo (investigador e um dos autores do filme), Tiago Guedes (director artístico do Teatro Municipal do Porto) e Joana Brites (historiadora).
Joana Pontes nasceu em Luanda, capital de Angola, e veio para Portugal com 13 anos. Licenciada em Psicologia pela Universidade de Lisboa, fez estudos em Cinema, na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, e em televisão, na RTP, tendo concluído formação em TV Production com a BBC, British Broadcasting Corporation. Foi realizadora da SIC, de 1992 a 2002, tendo saído para se dedicar a trabalho académico. Em 2002/2003 concluiu o Programa Avançado em Jornalismo Político no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica de Lisboa. De 2004 a 2008, foi assessora da Direcção de Programas da RTP para a área do documentário. Doutorou-se em História Contemporânea em Março de 2018, tendo sido bolseira da Fundação da Ciência e Tecnologia. A dissertação, Sinais de Vida, Cartas da Guerra 1961-1974, foi publicada em 2019 pela editora Tinta-da-China tendo obtido o prémio Fundação Calouste Gulbenkian para a História Moderna e Contemporânea, da Academia Portuguesa da História. Dedica-se à escrita e realização de documentários. Para televisão, realizou as séries documentais Portugal, um retrato social; O Século XX Português e Salazar e a série de ficção A Hora da Liberdade, entre outras. Em 2011, recebeu o prémio da Sociedade Portuguesa de Autores pela realização e co-autoria de argumento do filme As Horas do Douro. Em 2018 recebeu o prémio Fernando de Sousa pela realização e co-autoria da série Europa 30, exibida na RTP2. Em 2007 recebeu o Grande Prémio da Lusofonia pelo documentário O Escritor Prodigioso, filme sobre a vida de Jorge de Sena, de que é autora e realizadora. Tem editados em DVD, Portugal, Um Retrato Social; As Horas do Douro e a série O Valor da Liberdade - diálogos sobre as possibilidades do humano. Entre 2013 e 2015 foi membro do júri do Instituto do Cinema e do Audiovisual. Actualmente lecciona na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa.
Filmografia:
Visões do Império (doc., 2021)
Porta Estreita (curta-metragem doc., 2014)
Estórias da Pintura (curta-metragem doc., 2011)
As Horas do Douro (doc., 2010)
O Escritor Prodigioso (doc., 2005)
Madalena (curta-metragem, 1986)