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alma-lusa

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14
Jul21

LETRAS LUSAS: "Doidos e Amantes", de Agustina Bessa-Luís

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Editora: Relógio d'Água

 

Sinopse: Este romance comandado pela ordem dos factos, e que foi primeiro dado a público como folhetim, tem agora outro formato. Terá também outra clientela. Ele é tecido na violência secreta, contrapeso indispensável do sufrágio universal.

 

Maria Adelaide é uma mulher munida duma alegria negra que é a de escapar ao amor da lei e às cumplicidades que a rodeiam. Tem nela um pouco de santidade e de malícia; um desdém pela ordem das coisas e um sentimento monstruoso de contar consigo própria. Ela não é um produto da sua época; é outra coisa que não delinquência-vítima. É a delinquência-ruptura, a única que não funciona para proveito do sistema. Surpreende-nos tanto que renunciamos a explicá-la a não ser sob "o ponto de vista dos fins futuros e a sua serenidade sistemática".

 

«Declare-se por fim que a paixão em cru, a que se experimenta sem teorias, mas com palpitações, confere a esta fábula de cordel a sua coluna vertebral. E a loucura lúcida, tão convocada para circunscrever o turbilhão que Maria Adelaide Coelho da Cunha desencadeou, ergue-se como eixo de uma congeminação que busca o caixilho disciplinador. Quem hesitará em concluir que por meio dela, a paixão, e por nada mais, se levanta o definitivo archote do progresso das almas, e a sua pertinente justificação?»


Do Prefácio de Mário Cláudio

 

Faleceu Agustina Bessa-Luís | CM Matosinhos

 

Agustina Bessa-Luís nasceu em Vila Meã, concelho de Amarante, a 15 de Outubro de 1922. A sua infância e adolescência são passadas nesta região, cuja ambiência marcará fortemente a obra da escritora. Estreou-se como romancista em 1948, com a novela Mundo Fechado, tendo desde então mantido um ritmo de publicação pouco usual nas letras portuguesas, contando com mais de meia centena de obras.


Representou as letras portuguesas em numerosos colóquios e encontros internacionais e realizou conferências em universidades um pouco por todo o mundo. Foi membro do conselho directivo da Comunitá Europea degli Scrittori (Roma, 1961-1962). Entre 1986 e 1987, foi directora do diário O Primeiro de Janeiro (Porto). Entre 1990 e 1993, assumiu a direcção do Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa) e foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social. Foi membro da Academie Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres (Paris), da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa, tendo sido distinguida com a Ordem de Sant'Iago da Espada (1980), a Medalha de Honra da Cidade do Porto (1988) e o grau de "Officier de l'Ordre des Arts et des Lettres", atribuído pelo governo francês (1989).


É em 1954, com o romance A Sibila, que Agustina Bessa-Luís se impõe como uma das vozes mais importantes da ficção portuguesa contemporânea. Conjugando influências pós-simbolistas de autores como Raul Brandão na construção de uma linguagem narrativa onde o intuitivo, o simbólico e uma certa sabedoria telúrica e ancestral, transmitida numa escrita de características aforísticas, se conjugam com referências de autores franceses como Proust e Bergson, nomeadamente no que diz respeito à estruturação espácio-temporal da obra, Agustina é senhora de um estilo absolutamente único, paradoxal e enigmático.


Vários dos seus romances foram adaptados ao cinema pelo realizador Manoel de Oliveira, de quem foi amiga e com quem trabalhou de perto. Estão neste caso Fanny Owen ("Francisca"), Vale Abraão e As Terras do Risco ("O Convento"), para além de "Party", cujos diálogos foram igualmente escritos pela escritora. É também autora de peças de teatro e guiões para televisão, tendo o seu romance As Fúrias sido adaptado para teatro e encenado por Filipe La Féria (Teatro Nacional D. Maria II, 1995).


Em Maio de 2002, Agustina Bessa-Luís foi pela segunda vez contemplada com o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE), relativo a 2001, com a obra O Princípio da Incerteza - Jóia de Família, obra que Manoel de Oliveira adaptou ao cinema com o título "O Princípio da Incerteza" e que foi exibida dias antes da atribuição deste prémio, no Festival de Cannes.


Agustina Bessa-Luís foi distinguida com os prémios Vergílio Ferreira 2004, atribuído pela Universidade de Évora, pela sua carreira como ficcionista, e o Prémio Camões 2004, o mais alto galardão das letras em português.


Morreu no dia 3 de Junho de 2019, com 96 anos.

14
Jul21

CINE TV: Três Palmeiras (TVCine Edition - 22h00)

RETROSPETIVA JOAO BOTELHO.jpg

 

Ano: 1994

Realização e Argumento: João Botelho

Música: António Victorino d'Almeida

Produção: Paulo Branco

 

Elenco: Teresa Roby, Alexandra Lencastre, Ana Nave, Diogo Infante, Henrique Canto e Castro, Inês de Medeiros, Pedro Hestnes, Rita Lopes Alves, Herculano Cunha, Jessica Weiss, Stephen Jonston, Madalena Rodrigues, Olga Roriz, Fernando Reis Júnior, Vítor Silva, Isabel de Castro, José Ribeiro da Fonte, Pedro Cabrita Reis, Rita Blanco, Mário Marques, Helena Vieira, Artur Ramos, António Sequeira Lopes, Leonor Silveira, Rui Morisson

 

Sinopse: As emocionantes últimas oito horas de uma mulher antes do nascimento do seu primeiro filho. Tentando alhear-se da dor, ouve as histórias que o seu companheiro inventa para a ajudar a distrair-se...

 

Filme realizado por encomenda para Lisboa Capital Europeia da Cultura 1994.

 

Estudou Engenharia Mecânica, mas o vício do cinema foi mais forte, potenciado pela vida académica em Coimbra. Chegou a ver 300 filmes num ano, foi cineclubista e fundou uma conceituada revista de Cinema. Assim, antes de ser cineasta, João Botelho foi um cinéfilo convicto. O seu mentor, Manoel de Oliveira, ensinou-lhe que o cinema é "ver e ouvir, que o que importa é o ponto de vista da câmara (e que só há um ponto de vista correcto para cada cena) e que, se não há dinheiro para filmar uma carruagem, filma-se a roda, mas há que filmá-la bem". O  seu cinema tornou-se assim um "cinema do tempo" em contraposição ao "cinema de movimento". Paralelamente, o seu contributo para devolver o valor incalculável da Literatura Portuguesa é também inegável e, através da sua própria arte, tem criado versões cinematográficas únicas de grandes clássicos.

 

Com uma obra intemporal, os Canais TVCine homenageiam um dos realizadores mais marcantes do Cinema Português, com a Retrospectiva: João Botelho, todas as quartas e quintas-feiras de Julho, às 22h00, em exclusivo no TVCine Edition.

 

14
Jul21

MAR DE LETRAS - Paula Cardoso (RTP África - 21h35)

Paula Cardoso

 

Nasceu na cidade da Beira, em Moçambique, e vive desde os três anos em Portugal. Jornalista há 17 anos, Paula Cardoso lançou, no ano passado, o primeiro de uma série de livros infanto-juvenis que pretendem celebrar a diversidade étnico-racial. No "Mar de Letras" desta semana fique a conhecer o projecto "Força Africana".

O primeiro livro da 'Força Africana' reivindica o direito universal a ser  herói

 

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